O número de cidades com decreto de emergência por conta da estiagem subiu para 74. Os dados estão no relatório divulgado pela Defesa Civil gaúcha nesta segunda-feira (20). Na sexta-feira (17) as cidades de Casca, Jari e Restinga Seca decretaram emergência, e nesta segunda o município de Tapera decretou. No levantamento anterior, não constava a situação de emergência do município de General Câmara, decretada no dia 16.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o coordenador da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, coronel Júlio César Rocha Lopes, afirmou que a estiagem está sobre todas as regiões do Estado.
— Não temos como mensurar qual município é o mais afetado. Tratamos todos com a mesma atenção e cuidado. Isso porque, em algumas cidades, a agricultura é a área mais prejudicada. Em outras, a pecuária. Cada município está sofrendo de uma forma — explica.
Conforme Lopes, um grupo multisetorial foi criado, por determinação do governador Eduardo Leite, para agilizar a homologação dos decretos de emergência. A partir do reconhecimento por parte do Estado, os prefeitos já podem ter acesso a recursos para amenizar as perdas com a estiagem.
— Estamos com todo o efetivo em situação de alerta, com as nove regionais empenhadas em ajudar os municípios. Além disso, acompanhamos a previsão do tempo e emitimos alertas, quando necessário, sobre adversidades climáticas — destaca, ao lembrar do alerta para o temporal que atingiu parte do Estado na semana passada.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do RS, a escassez de chuva sobre o solo gaúcho deve seguir até meados de fevereiro, o que mantém a preocupação das autoridades.
— Ainda não estamos com racionamento de água ou energia elétrica no Estado, mas a orientação é que os gaúchos usem esses recursos de forma consciente — alerta.
Queda na safra
Após a estiagem de 2011-2012, o Estado tem registrado safras recordes sequenciais. Em 2019 foram 34,6 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas — 1,5 milhão de toneladas a mais do que em 2018, segundo o IBGE. Porém, para 2020, a escassez de chuva não permitirá a supersafra estimada pelo governo.
Reflexo no leite
A falta de chuva também já impacta a produção de leite. Levantamento feito pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat-RS) mostra que, nos primeiros dias de janeiro, houve recuo de cerca de 8% na média do volume captado nas propriedades rurais. Isso significa 1 milhão de litros de leite a menos chegando às unidades de processamento, onde a matéria-prima é transformada em série de itens.
Confira a lista de municípios que decretaram situação de emergência:
Agudo
Alto Alegre
Amaral Ferrador
Arroio do Meio
Arroio do Tigre
Barão do Triunfo
Barros Cassal
Boqueirão do Leão
Butiá
Cachoeira do Sul
Camaquã
Candelária
Canguçu
Canudos do Vale
Casca
Cerro Branco
Cerro Grande do Sul
Chuvisca
Cristal
Dom Feliciano
Encruzilhada
Estrela Velha
Faxinal do Soturno
Fontoura Xavier
General Câmara
Gentil
Gramado Xavier
Herveiras
Ibarama
Ibirubá
Itatiba do Sul
Jari
Joia
Júlio de Castilhos
Lagoa Bonita do Sul
Lagoão
Mariana Pimentel
Mato Leitão
Muitos Capões
Nova Bassano
Nova Palma
Novo Cabrais
Pantano Grande
Paraí
Passa Sete
Passo do Sobrado
Pinhal Grande
Ponte Preta
Progresso
Quinze de Novembro
Restinga Seca
Rio Pardo
Salto do Jacuí
Santa Cruz do Sul
Santa Maria
Santa Tereza
São Domingos do Sul
São Gabriel
São Jerônimo
São Lourenço do Sul
São Pedro do Sul
Segredo
Sertão Santana
Sinimbu
Sobradinho
Soledade
Tapera
Toropi
Tupanciretã
Vale do Sol
Vale Verde
Venâncio Aires
Vera Cruz