A Defesa Civil estadual confirmou, na tarde desta segunda-feira (13), que o número de municípios que decretaram situação de emergência devido à estiagem subiu para 32. O último foi Herveiras, cidade de quase três mil habitantes, no Vale do Rio Pardo. Outras 12 prefeituras relataram prejuízos ao Estado, mas ainda não formalizaram o pedido de apoio emergencial.
Esse é o segundo decreto de situação de emergência editado por Herveiras em menos de seis meses. Em outubro do ano passado, o município foi atingido por fortes ventos e chuva de granizo. Na produção, a plantação de fumo foi a mais afetada pelo temporal.
Ao apresentar o decreto, as prefeituras têm o objetivo de facilitar o recebimento de recursos e, assim, amenizar prejuízos, ajudando também a renegociação de dívidas e o acesso a benefícios.
Recursos extraordinários
Nesta segunda-feira (13), representantes do governo do Estado e de entidades do campo estão reunidas para concluir um documento com reivindicações das regiões prejudicadas pela estiagem. Entre os pontos, está o pedido de prorrogação do calendário de plantio da soja — até 15 de fevereiro — e do milho — até 29 de fevereiro ou 15 de março. O apelo será encaminhado para o Ministério da Agricultura.
O objetivo da medida é proteger o agricultor que fará o plantio fora do calendário oficial. Sem essa garantia, não é possível acionar seguros para cobrir eventuais prejuízos na produção.
Na sexta-feira (10), o governador Eduardo Leite confirmou que irá autorizar a liberação de verba extra para a perfuração de poços nas regiões atingidas. Atualmente, o governo conta apenas com três perfuratrizes, número considerado insuficiente frente à necessidade. Outros equipamentos deverão ser alugados.
Após uma reunião, no começo da semana, entre a Secretaria Estadual da Agricultura e a Emater, a pasta classificou a estiagem como a mais grave desde a safra 2011-2012.
Em outro encontro, na quinta (9), com representantes de 96 municípios, a Emater apresentou a projeção de perdas. As regiões de Soledade e de Ijuí são as mais afetadas. Em Soledade, por exemplo, a redução na expectativa de produção de milho silagem caiu 40% e de soja, 20%.
Os municípios mais atingidos reclamam da regionalização dos números e pedem levantamentos por cidade. Entre as prefeituras que já contabilizaram prejuízos, está Camaquã, com prejuízo estimado em R$ 70 milhões nas lavouras, especialmente, de fumo, milho, soja e feijão. Em Pantano Grande, o rombo é de R$ 50 milhões, atingindo soja, milho, feijão e leite.
Cidades que decretaram situação de emergência
- Chuvisca
- Cerro Grande do Sul
- Sertão Santana
- Barão do Triunfo
- Camaquã
- Mato Leitão
- Encruzilhada do Sul
- Mariana Pimentel
- Pantano Grande
- Sinimbu
- Venâncio Aires
- Amaral Ferrador
- Cerro Branco
- Cristal
- Passo do Sobrado
- Ponte Preta
- Progresso
- Santa Cruz do Sul
- Boqueirão do Leão
- Dom Feliciano
- Vale do Sol
- Vale Verde
- São Gabriel
- Lagoão
- Canguçu
- Agudo
- Sobradinho
- Arroio do Meio
- Cachoeira do Sul
- Gramado Xavier
- Rio Pardo
- Herveiras
Cidades que informaram prejuízos
- Vera Cruz
- São Lourenço do Sul
- Segredo
- Santo Antônio da Patrulha
- Montauri
- Muitos Capões
- Maquiné
- Fontoura Xavier
- Ibirama
- Ibirubá
- São Jerônimo
- Arroio do Tigre