O prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato dos Santos (PRB), afirmou na noite desta quinta-feira (21) que o fechamento da fronteira da Venezuela com o Brasil "preocupa" a população do município de Roraima. Em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha, Torquato dos Santos avaliou que, a depender dos desdobramentos da medida na sexta-feira (22), a cidade vizinha ao país comandado por Nicolás Maduro poderá sofrer prejuízos no abastecimento de combustíveis e energia elétrica.
— Hoje, nossa energia é 100% ligada à rede venezuelana. Se alguma retaliação ocorrer, teríamos de entrar com as termelétricas. A outra questão é a do combustível, já que não temos posto dentro do município — relatou.
A fronteira entre o Brasil e a Venezuela, em Pacaraima, foi fechada às 20h de Caracas (21h de Brasília), após determinação de Maduro. Diariamente, as operações no local são paralisadas durante a noite e reiniciadas pela manhã. Contudo, a definição de Maduro é de que a reabertura não aconteça por tempo indeterminado.
— Em algumas vezes em que ocorreu o fechamento da fronteira, deixava-se o trânsito aberto para pessoas a pé. Fechava-se o trânsito para veículos. Vamos esperar amanhã para ver como vai ser — frisou o prefeito de Pacaraima.
Ouça a entrevista com o prefeito à Rádio Gaúcha:
Torquato dos Santos estimou em cerca de 2 mil a 3 mil o número de pessoas que cruzam a fronteira entre Brasil e Venezuela diariamente. Nesta quinta-feira, Pacaraima registrou movimentação superior de venezuelanos em busca de mantimentos para estoque por causa do fechamento do posto.
— Acredito que nosso fluxo diário chegue a 2 mil ou 3 mil pessoas entrando e saindo. Hoje, aumentou de 30% a 40%, principalmente no final da tarde — ressaltou.
O Brasil prepara operação para fornecer ajuda humanitária à Venezuela em "cooperação com o governo dos Estados Unidos", disse em Brasília o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, nesta quinta-feira.