Subiu de 1.878 para 2.081 o número de pessoas fora de casa por causa dos alagamentos no Estado, principalmente na Fronteira Oeste, conforme o boletim da Defesa Civil divulgado no fim da tarde desta sexta-feira (11).
A cidade mais afetada é Alegrete. São 1.290 moradores que tiveram que deixar as residências — 550 deles estão em um ginásio e em barracas montadas no Parque de Exposições da cidade, e outros 740 estão em casas de familiares e amigos.
Em São Gabriel, 588 pessoas continuam fora de casas devido às cheias do Rio Vacacaí. Em Rosário do Sul, 21 moradores tiveram que deixar as residências nesta tarde por causa do transbordamento do Rio Santa Maria. Há famílias fora de casa ainda em Quaraí, Dom Pedrito e Bagé.
No fim da tarde de sexta-feira, Alegrete contabilizava 740 pessoas desalojadas (estão em casa de amigos ou parentes) e 550 desabrigadas (transferidas para abrigos públicos), segundo boletim da Defesa Civil estadual.
A ponte Borges de Medeiros, principal ligação entre a zona leste e o restante do município, segue interditada por causa da cheia do Rio Ibirapuitã. Mesmo com menos volume de chuva nas últimas horas, o nível do rio seguia alto na tarde de sexta-feira, marcando 13m30cm metros acima do normal.
No início da noite, equipes da Defesa Civil no município tentaram nova medição, mas enfrentavam dificuldades de acesso à régua em razão da cheia. O órgão informou que não tem previsão de quando as pessoas poderão retornar para as suas residências.
A prefeitura de Alegrete, que decretou situação de emergência, estima que os prejuízos causados pela enchente na cidade ultrapassam os R$ 10 milhões até o momento. A Secretaria de Infraestrutura desligou os disjuntores de energia elétrica dos parques Rui Ramos e Porto dos Aguateiros por motivos de segurança. Os dois locais estão alagados. O Executivo divulgou alerta, reforçando que é “expressamente proibida a entrada de pessoas nestes e em outros locais alagados que contenham ligações de energia”.
Região em alerta até segunda-feira
O coordenador da Defesa Civil no Estado, coronel Julio Cesar Rocha Lopes, afirmou que o órgão segue em alerta, até pelo menos a próxima segunda-feira, por causa da possibilidade de mais chuva neste fim de semana e do nível elevado dos rios. Lopes destacou que os moradores devem adotar ações preventivas para evitar transtornos e risco.
— Orientamos, principalmente as populações ribeirinhas, que moram em lugares com histórico de alagamento, a deixarem pertences a mão para abandonar o local rapidamente em caso de necessidade. O ideal é irem para casas de amigos ou parentes antes para evitar maiores riscos – alertou.
São Gabriel, segundo município com mais moradores fora de casa, enfrenta os efeitos do que é considerada a maior enchente dos últimos 20 anos no município. Após contabilizar 588 pessoas desalojadas, o prefeito da cidade decretou situação de emergência.
O Rio Vacacaí estava sete metros acima do normal na sexta-feira. A água invadiu a Avenida Presidente Vargas, uma das principais do município, impedindo a passagem dos moradores para o bairro Bom Fim. O caminho alternativo para desviar do alagamento é pela BR-290.
Governador vai sobrevoar locais afetados
O coordenador da Defesa Civil estadual salientou que os moradores de São Gabriel precisam de doações, principalmente de água potável, materiais de higiene pessoal e de limpeza. As doações podem ser encaminhadas à prefeitura da cidade.
– Estamos monitorando hora a hora as condições climáticas e avisando as prefeituras sobre a previsão – pontuou Lopes.
Ao todo, pelo menos 11 municípios registraram estragos em razão da chuvarada dos últimos dias. Jaguari, na Região Central, Dom Pedrito, na Campanha, Quaraí, Bagé e Rosário do Sul, na Fronteira Oeste, também contabilizam juntos 203 moradores fora de casa.
O governador Eduardo Leite vai vistoriar neste sábado os municípios afetados pela chuva na Fronteira Oeste. O chefe do Executivo deve sobrevoar os locais atingidos.
Previsão de mais chuva
O fim de semana no Estado deve ser marcado por sol entre nuvens intercalado com períodos de céu nublado e pancadas de chuva, segundo a Somar Meteorologia. Mesmo com a instabilidade, o calor segue. O meteorologista Caio Guerra destaca que a chuva deve ser mais fraca comparada ao aguaceiro dos últimos dias. As pancadas mais fortes devem ser registradas na Fronteira Oeste e na Região Central.
Como ajudar
- A Defesa Civil estadual orienta que as pessoas que querem fazer doações aos moradores de municípios mais afetados devem procurar as prefeituras dessas cidades.
- Quem mora em Porto Alegre ou na Região Metropolitana e não pode se deslocar até essas cidades, pode entregar os objetos na Central de Doações da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, na Avenida Borges de Medeiros, 1501, nas dependências do Centro Administrativo Fernando Ferrari. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h.
- Produtos de higiene pessoal e de limpeza, roupas e alimentos não perecíveis estão entre os materiais de maior necessidade.
- Em caso de adversidade ou para mais informações, contatar a Defesa Civil pelo telefone 199.