Uma equipe de bombeiros e cães farejadores do Rio Grande do Sul irá auxiliar no resgate das vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais. Serão enviados dez homens com experiência em resgate e cinco cães. A oferta de auxílio foi feita pelo governador gaúcho, Eduardo Leite, que ligou para o governador de Minas, Romeu Zema.
A maioria dos cães são da raça labrador. Três deles são dos bombeiros de Porto Alegre e outros dois de Santa Maria. A operação é considerada mais complexa do que a de localização de corpos em um soterramento, já que a lama isola o odor e atrapalha os cães.
— A lama tranca o odor. Por isso, o cão define o quadrante de busca e o homem tem que ir perfurando o solo e colocando um cano para que o animal consiga sentir o odor — explica o major Ingo Vieira Ludke, comandante da Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS), encarregado de planejar a operação de auxílio.
De acordo com comandante do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul, coronel César Eduardo Bonfanti, o comandante dos bombeiros em Minas (com quem mantém contato) explicou que, para o atual momento, a estrutura montada é considerada boa, com 14 aeronaves e dezenas de socorristas. No entanto, após as 72 horas iniciais da tragédia, quando dificilmente ainda haverá sobreviventes, será necessário mais ajuda para a localização de corpos.
Segundo Ingo Vieira Ludke, as equipes já estão prontas e o material separado para ir até Brumadinho. O comando do Corpo de Bombeiros ainda acerta como e quando será feito o deslocamento. A probabilidade maior é que ele seja feito em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Tragédia em Brumadinho
A barragem de Brumadinho, cidade localizada a cerca de 60 km de Belo Horizonte, se rompeu na tarde de sexta-feira (25). A tragédia deixou debaixo da lama boa parte das instalações do complexo Córrego do Feijão, que pertence à mineradora Vale do Rio Doce.
A última atualização divulgada pelas autoridades, às 17h30min de sábado (26), indicam que o número de mortos subiu para 34. Outras 81 pessoas estão desabrigadas e 23 feridos estão no hospital. Conforme uma lista da Vale, pelo menos 253 funcionários, próprios e de empresas terceirizadas, ainda não foram localizados. As buscas devem seguir pelas próximas semanas.
Em número de mortos, a tragédia supera o desastre registrado há três anos em Mariana, também em Minas Gerais, quando a barragem de Fundão se rompeu e deixou 19 pessoas mortas.
Neste sábado, familiares e amigos de vítimas da Mina do Córrego Feijão espalharam cartazes na praça principal da localidade de Casa Branca, a cerca de 15 quilômetros da área atingida. Escritos à mão, os cartazes acusam a Vale do Rio Doce de negligência. As cartolinas estampam frases como "o lucro é o que Vale", "a Vale mata", "a Vale não vale nada".