O futuro das atividades do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/Serra) será tema de um encontro que ocorre nesta quarta-feira (28), em Caxias do Sul. A reunião entre os cerca de 20 conselheiros que fazem parte da entidade ocorre às 9h, no Centro de Cultura Ordovás, localizado no bairro Panazzolo. Na pauta, está o planejamento das ações para o ano que vem e a reivindicação que os trabalhos do grupo prossigam sendo realizados em Caxias do Sul. Desde 17 de outubro, quando o Pronto Atendimento 24 horas fechou para reformas por um prazo de seis meses, a sede do Cerest mudou temporariamente para uma sala situada no segundo andar do centro de cultura.
Será o último encontro do colegiado em 2018. Segundo a presidente do grupo, Maísa Ramos Aran, o prédio do Ordovás não oferece as condições adequadas para o trabalho de orientação e prevenção de acidentes de trabalho desenvolvido pelo grupo. Alguns dos equipamentos necessários para a realização das tarefas de assistência à saúde do trabalhador não puderam ser transferidos para o novo local, devido ao espaço insuficiente.
— Boa parte dos equipamentos que tínhamos na sede anterior não pôde ser levado para a sede provisória, como mesas, computadores e cabines audiométricas. Assim, ficamos de mãos atadas, o serviço de assistência está comprometido porque não temos lugar para atender – lamenta Maisa.
Uma vistoria realizada pela 5º Coordenadoria Regional de Saúde (5º CRS) confirmou que a estrutura do Ordovás não têm condições de sediar o trabalho do Cerest. Com base nas informações obtidas junto à 5º CRS, o grupo pretende reivindicar ao poder público a continuidade das atividades do colegiado em Caxias do Sul. Caso a prefeitura opte por transferir o comando do Cerest para outro município, o Cerest/Serra estuda ingressar com uma ação judicial junto ao Ministério Público (MP) para garantir a continuidade dos serviços na cidade. Desde o fechamento temporário do Postão, a prefeitura ainda não definiu se o município vai permanecer como referência das 49 cidades da região atendidas pelo Cerest.
— Não trabalhamos com a possibilidade de transferência do Cerest para outro município. Não ocorreu sequer uma conversa com outras cidades e pretendemos ingressar com ações jurídicas caso o município tenha essa intenção – ressalta Maisa.
Questionada a respeito da mudança da cidade-sede do Cerest, a Secretaria da Saúde informou, via assessoria de imprensa, que ainda não existe uma definição sobre a continuidade do órgão em Caxias. A prefeitura arca com um valor próprio de R$ 35 mil mensais para o custeio das despesas e recebe do Governo do Estado e da União uma contrapartida de R$ 65 mil para pagar os custos de manutenção da estrutura e remunerar os sete servidores que atuam no local. A equipe é composta por fisioterapeuta, médico do trabalho, enfermeira, técnico em segurança do trabalho, auxiliar em enfermagem, fonoaudiólogo e um fiscal sanitário.