O Governo do Rio Grande do Sul divulga nesta terça-feira (18), às 10h30min, no salão Alberto Pasqualini do Palácio Piratini, um projeto de ações para combate às cheias de rios em cidades da região metropolitana. Neste momento, serão apenas apresentadas propostas para evitar enchentes em cerca de 30 municípios que ficam nas bacias do Gravataí, do Sinos, do Caí e do Jacuí — com atenção especial para Eldorado do Sul, que frequentemente sofre com alagamentos. Para encontrar as alternativas que serão sugeridas, a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) trabalhou em estudos que duraram cerca de três anos e custaram, segundo a entidade, R$ 16 milhões oriundos do Ministério das Cidades.
Conforme o diretor superintendente da Metroplan, Pedro Bisch Neto, foram realizadas 120 reuniões com prefeituras das cidades impactadas. O resultado será apresentado em cinco revistas, que focam nos cursos dos rios Gravataí (alto e baixo) e Sinos (alto e baixo) e no município de Eldorado do Sul.
— Estudamos sistematicamente essas bacias. É preciso ter noção de que não existe solução para as cheias no âmbito de cada cidade, é preciso analisar a bacia, da nascente até o desague, a dinâmica e o funcionamento, e propor alternativas para minimizar impactos das cheias — ressalta Neto.
Para chegar ao diagnóstico, foram usados recursos como o aerofotogramétrico (sequência de fotos aéreas para fins de mapeamento) e levantamento topobatimétrico (que avalia a profundidade dos cursos d'água). Além disso, houve simulações considerando volumes de alagamentos que ocorreram há até um século.
Nas duas maiores bacias — a do Sinos e do Gravataí —, a conclusão é de que as melhorias necessárias para evitar que o excesso de chuva cause novos transtornos pode chegar a R$ 12 bilhões (R$ 7 bilhões e R$ 5 bilhões, respectivamente). O conjunto de ações considera dois cenários: o primeiro de mudanças não estruturais (tal qual a remoção da população ribeirinha) e, o segundo, prevendo obras -como a construção de diques.
— Partimos do princípio de quanto seria gasto nos próximos 30 anos caso nada seja feito. Algo como o custo da irresponsabilidade. Caso esse valor seja menor do que o previsto com os procedimentos para evitar cheias, não vale a pena colocar o projeto em prática. Mas não é caso — explica Neto.
Ele acrescenta que cada curso de rio é diferente do outro, e que há providências que demandam hierarquia na execução.
— Não se pode barrar a água em Canoas porque pode acumular em São Leopoldo. Tem de planejar — exemplifica.
Neto complementa que as sugestões são para longo prazo e que, caso sejam colocadas em prática, devem fazer com que as cidades reavaliem seus planos diretores, e devem contar com suporte de prefeituras, governo do Estado e governo federal.