A advogada Valéria dos Santos, 48 anos, foi algemada e presa durante uma audiência em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na última segunda-feira (10). Em depoimento ao jornal Folha de S.Paulo, ela afirmou sofrer preconceito no trabalho, mas evitou associar o caso ao racismo.
"O Estado é racista, entendeu? Mas se eu falo isso é mimimi, é vitimismo, por isso eu não queria atrelar esse caso ao racismo, porque eu não quero ouvir essa resposta."
Segundo Valéria, episódios como esse são comuns no cotidiano do Judiciário.
"O direito tem várias formalidades. Tem uma cadeira para o advogado e uma para o cliente. Eu sento na cadeira do advogado e os juízes me perguntam, a senhora é o quê?"
O episódio ocorreu no momento em que Valéria atuava na defesa de uma ré e não teve uma demanda apreciada. A advogada disse que não iria se retirar do local enquanto isso não acontecesse. No entanto, a juíza leiga (advogada que atuava como juíza auxiliar) Ethel de Vasconcelos resolveu encerrar a sessão, sem ouvir a defesa.
Segundo a Folha, a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a audiência foi anulada e remarcada para 18 de setembro.