Após a aprovação do Plano Diretor de Santa Maria, pela Câmara de Vereadores, o centro da cidade poderá receber prédios mais altos, de até 13 andares. Sendo que, atualmente, a altura se limita a cinco pavimentos. A matéria que, agora, precisa ter a sanção do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) terá validade pelo período de 10 anos se, uma vez, colocada em prática. Além disso, há mudanças que também valerão para outras áreas, são elas: nos bairros Itararé, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Chácara das Flores.
A aprovação do tema pelo Legislativo é questionada por parte do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria (Comphic). O presidente Francisco Queruz avalia que a questão preocupa porque expôs uma falta de entendimento sobre a preservação do patrimônio histórico da cidade. Segundo ele, a prefeitura cedeu à pressão do setor da construção civil.
Samir Samara, presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon), avalia que a aprovação representa em um avanço que não se limita apenas à construção civil. Segundo ele, as mudanças contribuem para o desenvolvimento econômico do município. Além disso, Samara é categórico ao dizer que o sindicato não fez lobby ou pressão junto à prefeitura.
Outra situação que é comemorada pelo Sinduscon foi a derrubada da emenda do vereador Marion Mortari (PSD), que deu fim à chamada cota virtual do centro histórico. Ou seja, até então, o prédio histórico da SUCV – que conta com cinco andares e que fica no centro da cidade – era tido como referência para eventuais construções no perímetro central.
Já do lado do Instituto do Planejamento (Iplan), o diretor Daniel Pereyron, explica que prevaleceu o entendimento de que o centro pode receber novas edificações. Mas segundo ele, isso não trará prejuízos à região central da cidade. Pereyron reforça que "não haverá nada de excepcional ou arranha-céus sendo erguidos no centro".
Flexibilização
Também ficou definida a flexibilização da chamada Zona 14, que contempla as regiões do Itararé, Perpétuo Socorro e Chácara das Flores, o que deve fomentar e desenvolver a economia dessa região da cidade, segundo Samara.
Além do Plano Diretor, também foram aprovadas duas outras matérias, pelos vereadores, são elas: o Novo Código de Obras e também a Lei de Uso e Parcelamento do Solo. Para que elas passem a valer, agora é aguardada a sanção do prefeito Jorge Pozzobom.