O empresário preso por locaute durante a greve dos caminhoneiros teve o pedido de habeas corpus negado liminarmente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) no sábado (2). A decisão que mantém preso Vinícius Pellenz, dono da empresa de logística Irapuru Transportes Ltda., de Caxias do Sul (RS), é da desembargadora Cláudia Cristina Cristofani. Falta apreciação do mérito.
O suspeito teve decretada a prisão temporária na quarta-feira (30) a pedido do Ministério Público Federal (MPF), para apurar denúncia de que estaria constrangendo, mediante violência e grave ameaça, motoristas de caminhões da região de São Sebastião do Caí, Bom Princípio, Feliz, Vale Real, Vila Cristina e Caxias do Sul a aderirem ao movimento de paralisação, o que caracterizaria o crime contra a organização geral do trabalho.
Segundo a desembargadora, a prisão temporária é essencial à investigação. Ela ressaltou em sua decisão que há depoimento do gerente de uma empresa informando que dois motoristas da Irapuru teriam sido ameaçados por Pellenz para que aderissem à paralisação, sob ameaça de represálias no trajeto entre os criadores e o frigorífico situado em São Sebastião do Caí.
"Num exame preliminar dos autos, e tendo informações de que há diligências em andamento, como a oitiva de testemunhas que teriam sofrido ameaças, deve ser mantida a segregação, a qual findará, a princípio, na próxima segunda-feira (4/6)", afirmou a magistrada.
Lúcio de Constantino, advogado do empresário preso, disse que Pellenz negou a coação em depoimento. Sobre o habeas corpus, considerou não haver motivo para preocupação por se tratar de uma prisão temporária e por ainda haver a necessidade de apreciação do mérito. Por fim, disse que os próprios áudios atribuídos ao seu cliente e utilizados para incriminá-lo serão utilizados para inocentá-lo:
— Temos esperança. Há gravações em que ele deixa claro ser contra o bloqueio — argumentou o advogado.