Alguns grupos de WhatsApp passaram a circular notícias falsas de que os caminhoneiros em greve haviam pedido redução no preço da gasolina, o que tem confundido a população. Os grevistas garantem que em nenhum momento mudanças no preço ou isenção de impostos sobre a gasolina entraram na pauta de negociação da categoria com o governo federal. Tanto é que entidades aprovaram as medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer na noite de domingo — e que sequer mencionavam a gasolina.
— A categoria tem uma pauta muito clara e específica que vem sendo cobrada nos últimos anos: a isenção do eixo suspenso nos pedágios de rodovias e a isenção de Cide e Pis/Cofins sobre o óleo diesel. Em nenhum momento a gasolina entrou nas negociações — afirma André Costa, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Fecam-RS), que representa cerca de 90 mil motoristas no Estado.
Costa avalia que o boato pode ter vindo à tona em razão da adesão de outras categorias à paralisação desde a quarta-feira da semana passada, como motoristas de aplicativos, motoboys e produtores rurais, além do apoio de uma parte da população ao movimento:
— Outros setores da sociedade foram aderindo e criaram expectativas de incluir outras pautas nas reivindicações, como mudança na política de preços da Petrobras. Sabemos que a população tem seus anseios, mas em nenhum momento essas outras pautas foram acatadas por lideranças regionais e pela categoria.