Dos 21 feridos no acidente que matou um bebê e uma mulher em Torres, no Litoral Norte, sábado (24), pelo menos três seguem internados, dois deles em estado grave. Uma das vítimas gravemente feridas está no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre e a outra, que teve a perna esquerda amputada, no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres.
A terceira vítima está no Hospital Cristo Redentor, na Capital, mas não há informações sobre seu estado de saúde. Os nomes, as idades e os sexos das vítimas não foram divulgados.
A reportagem de GaúchaZH entrou em contato com Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal (PRF), mas os órgãos não conseguiram confirmar, até o momento, se os outros seis feridos foram internados ou liberados após o primeiro atendimento médico. Até as 18h30min, o Samu em Torres não havia retornado as ligações.
O acidente aconteceu às 5h, quando o motorista Marcio Quadros Monteiro, 38 anos, colidiu frontalmente contra um Onix na BR-101. Segundo a polícia, ele dirigia bêbado e na contramão. Após a colisão, um caminhão conseguiu parar sem bater nos dois carros. No entanto, um ônibus de excursão que ia para o Parque Beto Carreiro, em Itajaí (SC), acabou se envolvendo no acidente.
O motorista do coletivo desviou, bateu de raspão no caminhão, colidiu em um dos carros e tombou no canteiro central. Morreram Janaína Naysinger, 37 anos, motorista do Onix, e João Pedro Dias Machado, dois meses, passageiro do ônibus.
O motorista do Corsa Classic segue preso na delegacia de Torres aguardando vaga na Penitenciária Modulada de Osório. Monteiro teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e, conforme o delegado Jaeger, deve ser indiciado por homicídio com dolo eventual (quando a pessoa assume os riscos de matar), embriaguez ao volante e lesões corporais. O delegado sustentará no inquérito a gravidade de dirigir bêbado e na contramão em uma das principais rodovias do país.
— No meu entendimento, ele assumiu que poderia matar alguém. Colocou a sua vida e a sociedade em risco. É como você estar no seu carro, ver o sinal vermelho e ignorar. Você sabe que alguém poderá cruzar na sua frente. Portanto, assumiu o risco. Mas não sei qual será o entendimento do Ministério Público e da Justiça.
O delegado disse que, no decorrer da investigação, analisará a lesão de cada ferido e conversará com as vítimas conforme elas forem se recuperando. Apesar de o condutor ter se mantido em silêncio, testemunhas relataram que ele trafegava na contramão para atalhar. Ele saía de um motel, às margens da rodovia, e decidiu andar na contramão rumo ao sul por cerca de 1,5 km para evitar ter de fazer um retorno a cerca de 1 km ao norte. Após dirigir cerca de 500 metros colidiu no Onix com placas de Gravataí.