O Ministério Público Federal (MPF) de Caxias do Sul estuda ações que podem ser tomadas para impedir nova instabilidade nos preços da gasolina no futuro, não só na cidade como em outros locais. A avaliação ocorre a partir das investigações dos motivos que levaram os postos de Caxias a baixar mais de R$ 0,50 de forma repentina. A suspeita é de que a decisão tenha sido tomada para prejudicar concorrentes e concentrar o mercado ao longo prazo, prática conhecida como dumping.
De acordo com Tiago Coutinho, assessor de gabinete do procurador Fabiano de Moraes, a expectativa é de que até o fim da semana uma medida mais drástica deva ser tomada.
— A investigação certamente vai prosseguir. O que se estuda é que essa situação de instabilidade seja remediada da forma mais imediata possível — explica.
As três distribuidoras investigadas, Shell, Ipiranga e Petrobras, prestaram informações ao MPF após notificação, mas novos dados foram solicitados. Durante a apuração, conforme Coutinho, se verificou que essa prática pode se repetir em outros mercados. Na próxima sexta-feira (9), representantes da Ipiranga serão ouvidos pelo MPF.
A apuração da queda dos preços começou após denúncia do proprietário de um posto de combustíveis da cidade. A suspeita dos investigadores é de que as distribuidoras tenham forçado as revendas a reduzir o valor nas bombas para um patamar inferior ao preço de custo. A compensação do prejuízo ocorreria de modo informal.
Contrapontos
Procurada por GaúchaZH a respeito das investigações, a Petrobras Distribuidora disse que adota as melhores práticas comerciais, concorrenciais e éticas na relação com o consumidor e exige o mesmo dos revendedores. A Shell disse que não vai comentar e a Ipiranga ainda não retornou o contato da reportagem.