O auditório do Sindicato Rural de São Lourenço do Sul ficou pequeno na tarde desta quinta-feira (22). O objetivo das dezenas de pessoas, entre prefeitos, técnicos municipais e da Defesa Civil, era buscar ajuda do governo estadual para amenizar os problemas da falta de chuva na zona e sul e campanha gaúchas.
De prático, o Estado ofereceu apenas maquinário: seis caminhões com tanques (viniliq pipa), quatro máquinas retroescavadeiras, uma retroescavadeira hidráulica e duas perfuratrizes. Como não há equipamentos para todas as 26 prefeituras que decretaram situação de emergência, a Defesa Civil prometeu organizar um itinerário de acordo com a urgência estabelecida pelas próprias prefeituras.
O maquinário, prometeu o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Alexandre Martins de Lima, deve estar à disposição, alguns com operadores, outros não, a partir de sexta-feira (23). Ele próprio admitiu, em reunião particular com os prefeitos das cidades com decretos já homologados pelo Estado, que a medida é paliativa.
— Açudes, poços e cacimbas, agora, sem chuva, não vão resolver o problema. Isso deveria ter sido feito lá em setembro. Mas se é o que podemos fazer, vamos fazer — disse o coronel.
A Defesa Civil disponibilizou técnicos e colocou os prefeitos em fila para que tirassem suas dúvidas a respeito do preenchimento dos documentos remetidos ao Estado e à União.
Segundo Lima, dos 19 municípios que já registraram no sistema o decreto de emergência, apenas um — Cristal — fez pedidos, como combustível, máquinas, caminhões e cestas-básicas.
— Não posso dar o que o município não me pediu — afirmou o coordenador da Defesa Civil.
Enquanto os administradores resolviam pendências burocráticas, moradores das áreas castigadas pela estiagem, principalmente das zonas rurais, onde a infraestrutura é sempre precária e o socorro demora ainda mais a chegar quando o La Niña ataca, seguiam esperando ajuda para manter vivos seus animais, suas lavouras, sua esperança.
Já que a ajuda do céu não está vindo — os meteorologistas acreditam que vá chover significativamente na zona sul somente a partir de abril —, lhes resta esperar que os seus representantes vençam as burocracias.