Até o fim da noite desta quinta-feira (11), a Defesa Civil estadual já contabilizava estragos causados pela chuva em pelo menos 21 cidades de Santa Catarina. Só em Florianópolis, um dos municípios mais atingidos pelo temporal que se intensificou na madrugada desta quinta-feira, o número de desalojados (acolhidos na casa de amigos e parentes) já somava 1.230 e o de desabrigados (em abrigos públicos) era de 150 — os números são da Defesa Civil Municipal. Ao todo, três abrigos já foram ativados no município e ao menos seis pontos de coleta de doações foram abertos.
Conforme a Defesa Civil estadual, até as 16h desta quinta-feira, o número de pessoas afetadas em Santa Catarina já era de 3,7 mil, e o de casas danificadas, 937. Um novo relatório com números atualizados deve ser divulgado na sexta-feira. Desde segunda-feira até o momento, uma pessoa morreu, uma ficou ferida e duas estão desparecidas. Em Florianópolis, a morte de um homem que sofreu um infarto enquanto limpava um bueiro não está sendo contabilizada como decorrente da tempestade.
Ainda de acordo com o relatório da Defesa Civil, as ocorrências variam entre alagamentos, deslizamentos e chuva intensa. As cidades que tiveram sofreram danos até o momento são: Lauro Müller, Imbituba, Florianópolis, Braço do Norte, São José, São João Batista, Biguaçu, São Francisco do Sul, Penha, Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí, Bombinhas, Navegantes, Taió, Camboriú, Porto Belo, Governador Celso Ramos, Tijucas, Palhoça e Canoinhas.
Situação por região
Grande Florianópolis
Florianópolis registrou pelo menos 400mm de chuva desde a segunda-feira — o maior volume no Estado. As principais rodovias estaduais que dão acesso ao norte, sul e leste da Ilha sofreram interdições por causa dos alagamentos. No bairro Itacorubi, um prédio foi inundado e os carros que estavam no estacionamento ficaram encobertos após um rio transbordar. No sul da Ilha, moradores tiveram suas casas alagadas e contabilizam prejuízos em bairros como Rio Tavares e Campeche. No Ratones, norte da Ilha, uma ponte caiu e moradores ficaram ilhados.
O transporte público também foi afetado: na largada do dia, quando os primeiros ônibus saem das garagens entre 4h30min e 6h, a frota ficou desfalcada em 15%, de acordo com o coordenador técnico do Consórcio Fênix, Rodolfo Guidi.
— Percebemos também que a demanda foi bastante reduzida, a população atendeu a recomendação das autoridades e ficou em casa, muitas empresas também respeitaram — disse.
Durante o dia, a empresa operou com 40% da capacidade por causa das interrupções em vias que prejudicaram algumas linhas. Para quinta-feira, a operação dependerá da condição do tempo na madrugada e da situação das vias.
Na SC-401, Na rodovia SC-401 sentido norte da Ilha, na altura do número 3.700, o asfalto do acostamento da pista cedeu e deu lugar a uma imensa cratera que não chegou a prejudicar o fluxo. No final da noite, apenas a SC-405 ficou bloqueada para veículos pequenos por causa de alagamento.
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, decretou situação de emergência. Também disse que vai tentar buscar recursos com a União para os reparos imediatos. O governador do Estado, Raimundo Colombo, liberou R$ 3 milhões para obras de recuperação.
Quem precisa de abrigo pode procurar os três espaços disponíveis pela Prefeitura — a Escola Donícia Maria da Costa, no bairro Saco Grande, a Passarela Nego Quirido, no Centro, e uma escola no Rio Tavares. Seis pontos de coleta de mantimentos também foram Já os pedidos de ajuda devem ser direcionados para a Defesa Civil (199), os Bombeiros (193) ou a Polícia Militar (190).
Vale do Itajaí
A cidade mais afetada foi Penha, no Litoral Norte, onde 200 pessoas ficaram desalojadas, ou seja, tiveram que sair de suas casas e se instalar em vizinhos, amigos ou parentes.
Em Camboriú (foto acima), Itajaí, Porto Belo e Balneário Camboriú, bombeiros e Defesa Civil registraram problemas principalmente com alagamentos em vias e residências. Os casos mais graves envolveram deslizamentos de terra e o desaparecimento de uma pessoa.
Região Norte
Em São Francisco do Sul a chuva causou alagamentos, deslizamentos e quedas de árvores e muro. Segundo a Defesa Civil, foram registrados 146 milímetros de chuva em 12 horas. O número representa a média mensal prevista para São Francisco do Sul.