A chuva que afeta o litoral de Santa Catarina, especialmente a região de Florianópolis, deixou pelo menos dois mortos e outros dois desaparecidos entre quarta-feira (10) e esta quinta (11). A prefeitura da capital catarinense decretou situação de emergência e orienta os moradores a não saírem de casa.
Uma das vítimas foi identificada como Gabriele Hayana Amorim Lopes, de oito anos, que morreu na tarde de quarta-feira após uma árvore de grande porte cair sobre o telhado da garagem da casa onde ela brincava, no bairro Ponta Fina, em São João Batista, na Grande Florianópolis. Outra menina de 13 anos, que seria irmã da vítima e também brincava no local, teve ferimentos leves e foi socorrida pelos bombeiros.
No final da manhã desta quinta-feira foi confirmada a morte de um homem no bairro Itacorubi, em Florianópolis. Ele ajudava a desentupir um bueiro quando teve um infarto, caiu, bateu de cabeça e foi arrastado pela enxurrada durante a manhã. Além disso, uma outra pessoa está desaparecida no Morro do Quilombo, também em Florianópolis.
O segundo desaparecimento foi registrado em Balneário Camboriú, no litoral norte. Marcellus Vlademy, 34 anos, natural do Haiti, foi levado pela água após tentar desobstruir uma boca de lobo em uma chácara em que trabalha, próximo ao limite com Itajaí. Uma equipe do Corpo de Bombeiros faz buscas no local. A suspeita é de que ele tenha escorregado na margem e, depois, tenha sido arrastado pela correnteza.
Situação por região
Grande Florianópolis
Florianópolis registrou 400mm de chuva desde a segunda-feira — o maior volume no Estado. As principais rodovias estaduais que dão acesso ao norte, sul e leste da Ilha sofreram interdições por causa dos alagamentos. Polícia Militar Rodoviária, Defesa Civil, Bombeiros emMunicípio atuam para amenizar os problemas de mobilidade. O transporte coletivo da cidade também foi afetado e funciona com 40% da capacidade. Além disso, o município solicitou o cancelamento dos eventos programados para esta quinta.
Quem precisa de abrigo pode procurar os dois espaços disponíveis pela Prefeitura — a Escola Donícia Maria da Costa, no bairro Saco Grande, e a Passarela Nego Quirido, no Centro. Já os pedidos de ajuda devem ser direcionados para a Defesa Civil (199), os Bombeiros (193) ou a Polícia Militar (190).
Há diversos registros de alagamentos e deslizamentos pela cidade. No bairro Itacorubi, um prédio foi inundado e os carros que estavam no estacionamento ficaram encobertos após um rio transbordar. No sul da Ilha, moradores tiveram suas casas alagadas e contabilizam prejuízos em bairros como Rio Tavares e Campeche. No Ratones, norte da Ilha, uma ponte caiu e moradores ficaram ilhados.
Na SC-401, Na rodovia SC-401 sentido norte da Ilha, na altura do número 3.700, o asfalto do acostamento da pista cedeu e deu lugar a uma imensa cratera. Por hora, apenas o acostamento precisou ser interditado. Deinfra já trabalha no local.
No continente, há registro de dois deslizamentos em Biguaçu. Enquanto em São José aconteceram 40 deslizamentos de terra.
O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, decretou situação de emergência. Também disse que vai tentar buscar recursos com a União para os reparos imediatos.
Vale do Itajaí
A cidade mais afetada foi Penha, no Litoral Norte, onde 200 pessoas ficaram desalojadas, ou seja, tiveram que sair de suas casas e se instalar em vizinhos, amigos ou parentes.
Em Camboriú (foto acima), Itajaí, Porto Belo e Balneário Camboriú, bombeiros e Defesa Civil registraram problemas principalmente com alagamentos em vias e residências. Os casos mais graves envolveram deslizamentos de terra e o desaparecimento de uma pessoa.