Poucas lojas fecharam no centro de Porto Alegre nesta sexta-feira (30) de greve geral, mas o movimento é menor do que o esperado.
– As pessoas vieram trabalhar, mas a clientela não veio – queixa-se Sandra Regina Mendes, 54 anos, gerente de uma loja de roupas na Rua Doutor Flores.
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Sandra acredita que o medo de protestos violentos pode ter motivado a queda no movimento, uma vez que desde a manhã o transporte público funciona normalmente.
Ainda sem um levantamento oficial sobre o impacto dos protestos no comércio, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre avalia que os protestos de abril geraram consequências piores para as vendas:
– O movimento de hoje está abaixo da média, estimo que tenha caído entre 10% e 15%, mas está muito mais tranquilo do que na outra greve (de abril). Da outra vez incomodou, agora está tranquilo _ avalia Carlos Frederico Schmaedecke, diretor da CDL Porto Alegre e dono da loja Confraria Masculina, localizada no Centro, que funcionou normalmente: – Os funcionários não tiveram qualquer problema para chegar, mas acho que o fato de os bancos não funcionarem pode ter prejudicado as vendas.
Ahmad Baja, 50 anos, proprietário de loja de roupas na Rua Voluntários da Pátria, estima que suas vendas caíram em 50% nesta sexta. Ele compara a greve geral de hoje com a última realizada, em abril, lembrando que na anterior não conseguiu abrir a loja porque os funcionários não conseguiram chegar ao trabalho. Dessa vez, levantou os portões, mas faltaram clientes.
– Não sei se as pessoas ficaram assustadas e não saíram de casa – acrescenta.
Adilar Giongo, 56, dono de uma lancheria na Avenida Borges de Medeiros, também se queixou:
– Achei que ia ser melhor. Tá tudo muito calmo, vendi apenas a metade do que costumo vender – disse ele, que critica a mobilização dos sindicatos.