Apesar das polêmicas que envolvem a indicação de Alexandre de Moraes para a Suprema Corte, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, elogiou a escolha do presidente Michel Temer para o substituto de Teori Zavascki. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta quinta-feira, Mendes afirmou que o possível futuro colega será uma "grande contribuição ao Supremo":
– Conheço ele (Alexandre de Moraes) há muitos anos. É uma pessoa qualificada, reconhecida no mundo acadêmico e na atividade política.
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Questionado sobre as críticas que envolvem a nomeação de Moraes (por vir do 1º escalão do governo Temer, por ter advogado para cooperativa ligada ao PCC e para Eduardo Cunha, além de ter escrito tese que defenderia o impedimento de sua nomeação), Mendes afirmou que qualquer escolha de Temer teria sido alvo de rejeição:
– Neste momento, se o presidente tivesse escolhido Jesus Cristo para o cargo, também teria sofrido ataques.
Gilmar Mendes, que já foi apontado como um dos principais interlocutores de Temer no processo de definição do nome que ocuparia a vaga de Teori, afirmou ainda que conversou com o presidente sobre o assunto algumas vezes, mas que se limitou a dar palpites sobre a escolha do novo ministro, e não a chancelar sua decisão.
Ainda durante a entrevista, Gilmar Mendes voltou a defender que o Supremo precisa rever "alongadas prisões" da Lava-Jato. De acordo com o ministro, na operação há casos em que as prisões por longos períodos não são justificáveis.
– Temos pressupostos básicos para a prisão preventiva, como ameaça de testemunhas, possibilidade de repetição dos fatos. Em muitos casos que estamos acompanhando, surge a pergunta: ainda é justificável a prisão? Temos respondido que não – concluiu.