A receita do professor Joaber Luis Fraga da Silva, 41 anos, para retirar duas caixas mensais de Fluoxetina 20mg na farmácia pública de Cachoeirinha venceu em 12 de fevereiro e, devido à falta do remédio, ele viu o prazo de 30 dias vencer sem conseguir pegar sequer uma caixa.
Além deste, ele não consegue Anlodipino 5mg, para pressão alta, e Omeprazol 20mg, para o estômago, desde novembro de 2016.
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Os remédios fazem parte de uma lista que está falta no município. Toda vez que Joaber vai buscá-los na central de distribuição, encontra uma folha com todos os itens que deveriam ser oferecidos, marcando quais não estão disponíveis.
– Vou toda semana lá, porque não posso ficar sem os remédios, e a resposta é sempre a mesma: estão em falta e não têm previsão de reposição – queixa-se.
Promessa
– Em dezembro, informaram que, com a mudança de gestão, estavam com dificuldades de manter a farmácia com todos os medicamentos, mas que em 1° de janeiro estaria tudo normal. Não foi o que aconteceu – conta ele.
Hipertenso e diabético, o professor está sendo obrigado a comprar os remédios.
– Para não comprometer minha saúde, estou apertando daqui e dali para comprar os remédios, mas tenho direito de ganhar e não estou em condições de gastar mais de R$ 100 em remédios todo mês.
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Apenas um medicamento está disponível
A Secretaria Municipal da Saúde de Cachoeirinha informou, por meio da assessoria de comunicação da prefeitura, que a Fluoxetina já está disponível na farmácia pública. Os outros medicamentos citados devem entrar em processo de compra, porém, sem data prevista.
O motivo da falta dos remédios, segundo a prefeitura, é a falta de recursos e atraso no repasse de valores pelo Estado. A Secretaria da Saúde não sabe dizer quantas pessoas utilizam Fluoxetina, Anlodipino e Omeprazol na cidade, mas afirmou que está criando novos mecanismos de controle para melhorar o sistema.
A assessoria garante que, desde o início do ano, o estoque dos remédios disponíveis na farmácia aumentou de 25% para 50%.