Um dia após a inauguração do Centro de Triagem para presos provisórios em Porto Alegre, as delegacias da Capital ainda não sentiram o impacto da iniciativa. Criado para desafogar as superlotadas celas enquanto não são abertas novas vagas em presídios, o local, projetado para receber até 84 presos, abrigava penas dois detentos na manhã desta terça-feira.
De acordo com o delegado Marco Antonio Souza, responsável pelas delegacias de pronto-atendimento de Porto Alegre (DPPA), nenhum dos presos que superlotam as celas das DPPAs na Capital ainda foram transferidos para o novo centro. Atualmente, são 19 em delegacias, 21 alocados em um ônibus administrado pela Brigada Militar – que fica estacionado no terreno da Academia de Polícia –, além de outros 10 em viaturas policiais e quatro em hospitais.
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Durante a inauguração das instalações do Centro, construído em uma das estruturas do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), na zona leste da Capital, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) informou que apenas duas celas com capacidade para 10 detentos passaram a operar neste primeiro momento, pois o local ainda passa por obras de acabamento.
Os presos que estavam no local na manhã desta terça-feira haviam sido realocados na tarde de segunda do ônibus da BM.
– Hoje temos espaço para receber apenas 10 presos com segurança, pois temos mais de 20 homens do exército lá dentro trabalhando nas obras. É a quantidade que podemos abrigar para manter a segurança do nosso pessoal e dos próprios presos – explica o diretor do Departamento de Segurança e Execução Penal da Susepe, Ângelo Carneiro.
De acordo com Carneiro, a expectativa da Susepe é de que, até sexta-feira, as dez vagas estejam preenchidas. O diretor, que não quis informar o número de agentes da Susepe trabalhando no local por questões de segurança, também não soube precisar quando novas vagas serão disponibilizadas no local.
A previsão de conclusão inicial para as obras era para logo depois do Carnaval. Quando finalizado, o prédio terá 6 celas com capacidade de receber até 14 presos cada uma. As outras três unidades prometidas pelo governo ainda não têm previsão para serem concluídas.