Perfis falsos em redes sociais aumentam rumores sobre o acidente que levou à morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Nesse domingo, o filho de Teori, Francisco Zavascki, fez um alerta em seu perfil oficial no Facebook sobre a quantidade de páginas na rede que tentam imitar o seu perfil.
"Pessoal, infelizmente criaram inúmeros perfis meus falsos! Cuidado com o que eles estão postando. Se possível, me ajudem a denunciá-los. Obrigado", escreveu o filho do ministro.
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As páginas compartilham notícias e teorias sobre a morte do relator da operação Lava-Jato, levantando suspeitas sobre o acidente.
Francisco já havia usado sua página na última quinta-feira para confirmar que o pai havia embarcado no avião que caiu em Paraty, no Rio de Janeiro e, logo em seguida, para avisar sobre a morte do ministro. Foi quando o perfil de Francisco ganhou notoriedade. No mesmo dia, diversas páginas semelhantes foram criadas.
A reportagem identificou pelo menos oito páginas no Facebook que tentam imitar o perfil de Francisco, duas delas com mais de 3 mil seguidores. São perfis que utilizam a mesma foto do filho do ministro. Uma das páginas chegou a informar local e data do velório do corpo de Teori. Muito embora as informações estivessem corretas, o convite nunca foi feito pelo perfil oficial de Francisco.
As páginas falsas com mais seguidores compartilham mensagens que fortalecem a teoria - sem a apresentação de fundamentos técnicos - de que o ministro teria sido vítima de um crime, não de acidente.
Relator da Lava-Jato, Teori estava prestes a homologar a delação de 77 ex-executivos da empreiteira Odebrecht. Atualmente, há no gabinete do ministro um acervo de 7.566 processos, sendo 12 ações penais e 65 inquéritos, a maioria contra políticos e autoridades com o chamado foro privilegiado.
No Congresso, parlamentares defendem a investigação profunda do acidente que levou à morte de Teori, para afastar quaisquer suspeitas. Na última sexta-feira, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou um requerimento para abertura de uma comissão de investigação do Congresso.
– Há necessidade de esclarecimento urgente, porque o próximo ministro será indicado por alguns investigados da operação – afirmou Randolfe ao Estado, em referência aos senadores alvos da Lava-Jato que votarão a indicação do novo ministro do STF.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) também acredita que uma "investigação profunda e técnica" deve ser feita para não restar dúvidas sobre o acidente aéreo. Para ela, a investigação irá fortalecer ainda mais a operação Lava-Jato.