Desde 2014, a auxiliar financeira Bruna Teixeira Lopes, 25 anos, tenta matricular as filhas Lizia Lopes Almeida, três anos, e Sofia Lopes Almeida, dois anos, em uma creche municipal em Cachoeirinha, onde elas moram. Quem vê o sorriso estampado no rosto das pequenas não imagina a dificuldade pela qual elas passam.
Conforme a mãe, a Secretaria Municipal da Educação verifica a disponibilidade em creches mais próximas da casa da família. Contudo, a resposta tem sido a mesma: não há vaga. Desde o período de matrículas de 2014, Lizia e Sofia ficaram no cadastro reserva.
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– Não entendo porque não consigo as vagas para as minhas pequenas. É injusto ver outras pessoas passando na frente, sendo que estamos esperando desde 2014.
Gastos
Bruna trabalha na Capital. Sem ter onde deixar as filhas, pensou em abandonar o emprego para cuidá-las e também porque fez as contas e percebeu que o salário e os gastos com uma escola particular não são compatíveis.
Ajuda
É graças à ajuda da mãe e da irmã que Bruna continua trabalhando fora. Enquanto isso, segue na luta para conseguir vagas no município.
– Minha mãe e minha irmã se dispuseram a ajudar a pagar uma creche por enquanto. Mas minhas filhas têm direito à educação pública – diz Bruna.
Em julho de 2015, Bruna entrou com um processo judicial por meio da Defensoria Pública na intenção de agilizar a matrícula das filhas. Segundo ela, o órgão solicitou mais de uma vez três orçamentos de creches particulares para entrar com ação no Ministério Público. Caso o município não disponibilizasse vagas na rede pública em 48 horas, os bens deveriam ser congelados e a prefeitura obrigada a garantir a vaga. Mas o retorno esperado não foi obtido e a incerteza deixa a mãe aflita.
– Em 2015, logo após a abertura do processo, a prefeitura ofereceu duas vagas em creches diferentes e longe uma da outra. Não tenho como levar uma para cada lugar e longe de casa. Não sei mais a quem recorrer, só quero que minhas filhas tenham os mesmos direitos que as demais crianças.
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Resultado de inscrições só em fevereiro
A prefeitura de Cachoeirinha informou que Bruna matriculou as filhas nas escolas Primeira Criança e Criança Esperança, em 2016, que têm 400m de distância uma da outra. A matrícula foi feita no dia 23 de fevereiro e cancelada no mesmo dia pela mãe das crianças.
Na época, segundo a prefeitura, Lizia e Sofia não ficaram na mesma instituição porque estavam em níveis diferentes.
O resultado oficial para as inscrições de 2017 será anunciado dia 8 de fevereiro. O município destaca que as vagas são disponibilizadas de acordo com o zoneamento do endereço fornecido pelo responsável.