Um assunto tabu no velório do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki eram "as causas do acidente". Os colegas de Teori no STF evitaram comentários sobre o eventual substituto do ministro e até mesmo sobre o acidente, até para driblar teorias da conspiração. A ministra Cármen Lúcia sequer falou com a imprensa, para evitar o tema espinhoso. Aos amigos, comentou que é hora de homenagens, não de decisões delicadas ou especulações. Ela chegou por volta das 7h e ficou até o começo da cerimônia, por volta das 9h.
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Ministro que sentava ao lado de Teori nas sessões do STF, Edson Fachin desabafou sobre a rotina estafante do tribunal:
– Na última conversa com Teori comentamos como nossa atividade tem sido de alta voltagem.
Fachin considera que o STF vai resolver o mais breve possível o assunto da vacância do relator da Lava-Jato, já que o país assim o deseja.
A única quebra na rotina veio por parte de militantes da Juventude Socialista (do PDT), que compareceram em frente à sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, com cartazes em português e inglês exigindo justiça para Teori Zavascki. Eles querem que seja aberta uma investigação internacional independente sobre a morte do ministro do STF, ocorrida quinta-feira num desastre aéreo em Paraty (RJ).
Márcio Roberto Maciel dos Santos, industriário, e Fernando Engeles, vendedor, abriram cartazes em frente ao prédio do tribunal e chamaram a atenção dos que compareceram ao velório de Teori. Muita gente inclusive tirou fotos com os manifestantes, apoiando a iniciativa.
O velório terminou às 16h30min e o corpo de Teori Zavascki foi conduzido num cortejo, por mais de oito quilômetros, até o cemitério Jardim da Paz, onde foi sepultado em cerimônia privada, às 18h30min.