Ariosto da Rosa, 41 anos, autor confesso da chacina de Pinhal Grande, em 29 de novembro, foi indiciado, nesta quarta-feira, pela Polícia Civil pelo homicídio das quatro vítimas – Bianca Moraes de Salles, 16 anos, Iran Gonçalves dos Santos, 10, Alex Cardoso Leal, 17, e Afonso Gonçalves, 60 –, com as qualificadoras de motivo torpe, fútil e que dificultou a defesa das vítimas. Além disso, ele foi indiciado por estupro contra a enteada dele, Bianca.
Outras duas pessoas foram indiciadas como coautores, a ex-companheira de Ariosto e mãe de Bianca, Gislaine Moraes de Salles, 36, e um amigo dele, José Pileco, 41.
Segundo o delegado José dos Santos Araújo, titular da Delegacia de Polícia de Pinhal Grande e responsável pelo inquérito, Gislaine agiu como coautora na morte de Bianca, porque se omitiu ao não proteger a filha do então companheiro, permitindo que a adolescente fosse até a casa do interior com Ariosto e pernoitasse no local.
Leia também:
Laudos comprovam que vítimas foram mortas à queima-roupa
"Não me arrependo. Faria de novo", disse autor de chacina em Pinhal Grande
Advogado de familiares de vítimas de chacina espera que suspeito pegue mais de 100 anos de prisão
Suspeito da chacina de Pinhal Grande já tinha sido preso por tentar matar ex-namorada
Quem são as vítimas da chacina que chocou Pinhal Grande
Para o delegado, Pileco teve coautoria na morte do agricultor Afonso Gonçalves, 60. Segundo Araújo, Pileco seria inimigo de Afonso com o qual tinha uma disputa de terras e plantação. Ariosto teria matado Afonso como uma espécie de acerto de contas em nome de Pileco. Em troca, Pileco teria deixado a casa para que Ariosto se escondesse após os crimes. No local, que fica a poucos metros da casa onde Afonso morava, a Polícia Civil encontrou o carro usado por Ariosto no dia da chacina.
O indiciamento de Ariosto pelo estupro de Bianca teve como base o laudo de necropsia do Posto Médico-Legal de Santa Maria que apontou que a adolescente havia sofrido violência sexual.
O inquérito foi entregue pelo delegado Araújo nesta tarde no Fórum de Júlio de Castilhos. Ariosto foi preso na manhã de terça-feira no interior de Dona Francisca.