A forte presença da colônia italiana no Rio Grande do Sul fez com que a ministra das Reformas Constitucionais da Itália, Maria Elena Boschi, viesse nesta quarta-feira ao Estado explicar o que estará em jogo no dia 4 de dezembro, quando será votado um referendo no país. Os italianos poderão – o voto não é obrigatório naquele país – dizer sim ou não para uma reforma legislativa que prevê, entre outras mudanças, a redução do número de senadores – passará de 315 para cem integrantes. O Senado também perderá o poder de criar leis, ficando essa tarefa restrita à Câmara dos Deputados.
– Se os cidadãos votarem sim, como eu espero, vamos diminuir os parlamentares da Itália. Isso trará uma redução nos custos da política – disse,antes de explanar as suas convicções aos descendentes que estavam no salão de festas principal do Grêmio Náutico União, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre.
Diante da comunidade italiana, que a recebeu abanando bandeirinhas nas cores nacionais, a ministra reforçou que quem for às urnas não estará votando "pró ou contra um governo, pró ou contra um partido". Para ela, trata-se da modernização dos processos legislativos da Itália.
– Há duas Câmaras que fazem exatamente as mesmas coisas. Vamos praticamente eliminar uma delas. Não vamos aumentar o poder do presidente, mas teremos apenas uma Câmara que dará a palavra final.
No seu entendimento, com a aprovação da reforma, o parlamento ganhará em agilidade.
– Os cidadãos precisam de respostas imediatas – acrescentou.
Estado conta com 50 mil eleitores italianos
Maria Elena falou sobre a colônia italiana no Rio Grande do sul, a qual classificou como "numerosa". Ela lembrou que 10% dos votantes moram no Exterior. No Estado, há mais de 50 mil eleitores. No último pleito, por exemplo, 26,7% deles compareceram, o que é um índice próximo aos 31,1% de votantes na Itália, onde o voto é facultativo.
– Esperamos que todos possam participar, pois estará sendo decidido o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos.
Antes da explanação, ela esteve reunida com o governador José Ivo Sartori, com quem falou também sobre assuntos comerciais.
*Zero Hora