O homem suspeito de matar a irmã após um surto de esquizofrenia em Santa Maria, na quinta-feira, será internado para receber tratamento psiquiátrico. Sérgio Vaz da Silva, 54 anos, chegou a ser levado para a Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm) depois de ter sido preso em flagrante pela morte da irmã, Eracilda Terezinha Vaz da Rosa, 64, no bairro João Goulart. No entanto, após audiência de custódia, realizada na sexta-feira, o juiz Leandro Augusto Sassi, titular da 4ª Vara Criminal, determinou a internação.
Na audiência, conduzida pelo magistrado, e na presença de um defensor público e de um promotor de Justiça, foram apresentados os fatos. Silva tem evidente transtorno psiquiátrico e já estava interditado (declarado incapaz dos seus atos e sob tutela de um responsável). Assim, Sassi determinou que ele fosse conduzido ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde já fazia tratamento, para nova avaliação, ainda na sexta-feira. Depois, ele seria conduzido ao Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegre, que recebe pessoas com doenças psíquicas que praticaram crimes.
Como o IPF estava interditado parcialmente e proibido de receber novos pacientes, Sassi contou com a ajuda do juiz Luciano André Losekann, da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas, que cuida da situação do IPF.
– Ele disse que já está levantando a interdição do IPF e que haveria condições de recebê-lo sem problemas. Mandei-o para o Husm e agora vamos encaminhá-lo a Porto Alegre para continuar o tratamento. Ele não tem condição nenhuma, não tem nem noção do que aconteceu – explica o juiz.
Silva matou a irmã a facadas na casa onde os dois moravam com mais um irmão, no bairro João Goulart, na tarde de quinta. Como tem problemas mentais, Silva provavelmente será considerado inimputável, que é quando "...por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato...", como diz o artigo 26 do Código Penal. Porém, essa definição só se dará ao longo do processo.
Eracilda foi a 44ª vítima de homicídio do ano em Santa Maria.