Depois de aproximadamente oito horas de julgamento, na sexta-feira, Luiz Cláudio Alves de Moraes foi condenado pelo Tribunal do Júri a 18 anos de prisão em regime fechado. Ele foi considerado culpado pela morte de Neiva da Silva Moralles, 43 anos, em 11 de setembro de 2013. O homem ainda largou o corpo da mulher no estacionamento do Supermercado Nacional, na Avenida Medianeira. Moraes foi condenado por homicídio duplamente qualificado, por asfixia e por não ter dado chances de defesa à vítima. O réu era acusado também de estupro, mas por falta de provas, a acusação foi retirada.
O assistente de acusação, advogado Daniel Tonetto, comemorou a decisão dos jurados. Já o defensor público Juliano Ruschel, que fez a defesa de Moraes, deve recorrer da decisão.
– Estamos satisfeitos, a família está satisfeita. Estamos com o sentimento de dever cumprido e de que a Justiça foi feita – afirma Tonetto.
– Vou recorrer. No nosso entendimento, ele tem problemas psicológicos e tem que ser internado no Instituto Psiquiátrico Forense. Até para proteção da família da vítima e da própria sociedade, ele tem de ficar internado. Dentro de quatro anos ele vai sair por progressão de regime e não vai ter o tratamento devido – explica Ruschel.
O defensor diz ainda que também recorrerá ao Tribunal de Justiça por conta do tempo de pena, já que o juiz Ulysses Louzada, que comandou o júri, aumentou a pena em um ano pelo fato de Moraes ser reincidente. No entanto, Ruschel alega que o acusado ainda não teve a outra condenação transitada em julgado.
Moraes está preso desde o dia do crime, e esses quatro três anos serão descontados do tempo total de pena.
O crime
Conforme a investigação comandada pela delegada Débora Dias, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, o corpo de Neiva foi jogado no estacionamento por volta das 14h daquele dia. Pessoas viram o carro, um Fusca, chegando ao local e despejando o corpo. Ela estava amarrada da cintura para cima com panos, fita adesiva, e uma sacola plástica na cabeça. A vítima estaria bebendo com Moraes antes do crime. Eles teriam discutido. Moraes alegou que a vítima o agrediu, e para se defender, ele acabou acabou a matando.
A defesa do acusado alegou que o réu tinha problemas mentais. Foram feitos dois exames pelo Instituto Psiquiátrico Forense que eliminaram qualquer possibilidade de que ele tivesse alguma insanidade mental.