Em resposta ao anúncio de novo parcelamento de salários do servidores do Poder Executivo feito pelo Piratini, os sindicatos dos servidores da área da Segurança Pública decidiram, na quinta-feira (28), iniciar uma operação-padrão a partir desta sexta (29).
No documento divulgado, o grupo, composto por servidores da Brigada Militar, Bombeiros, Polícia Civil, Instituto Geral de Perícias (IGP) e Susepe, convoca todos os servidores da área a realizar operação-padrão até a integralização dos salários, que deverá ser concluída até o dia 19 de agosto.
A operação-padrão poderá prejudicar registro de ocorrências em delegacias e operações que são realizadas durante as madrugadas e manhãs. As delegacias e plantões somente atenderão os flagrantes e casos de maior gravidade como: homicídio, estupro, ocorrências envolvendo crianças e adolescentes e lei Maria da Penha, além daquelas ocorrências em que os plantonistas julgarem imprescindível a intervenção imediata da Polícia Civil. Na prática, a operação-padrão reduz os serviços oferecidos à população.
Os servidores também estão se mobilizando para um protesto em frente ao Palácio Piratini nesta sexta-feira (29), às 11h, para exigir um encontro com o governador José Ivo Sartori. Uma paralisação deverá ser realizada no dia 4 de agosto, segundo o comunicado divulgado pelas entidades.
Associações citam "falta de respeito" com servidores
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Brigada Militar, sargento Leonel Lucas, disse em entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta sexta que o pagamento de uma parcela de apenas R$ 650 representa falta de respeito com os servidores. "É uma falta de respeito, falta de prioridade deste governo com os servidores. O brigadiano está ali no dia a dia, dando sua vida pela população", disse.
Segundo ele, a categoria planeja uma paralisação geral no dia 4 de agosto para pressionar o governo.
O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários, Flávio Berneira, afirmou, também no Atualidade, que a categoria fará operação padrão nos próximos dias. "Vai acarretar a suspensão de uma série de atividades. Temos déficit de servidores acentuadíssimo".
Posição do governo
"Compreendemos que a situação do funcionalismo, em especial na área da Segurança Pública, não é tranquila, com o anúncio do parcelamento neste mês. O governo do Estado do Rio Grande do Sul não poupará esforços para que na próxima semana sejam pagas outras parcelas, atingindo valores que abrangerão grande parte dos servidores da segurança. Até lá, solicitamos aos nossos valorosos servidores que mantenham a serenidade. Reforçamos a manutenção do diálogo e salientamos que continuamos abertos a receber as lideranças de todas as entidades representativas".