Pressionado pelo alta de preços nos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação, voltou a acelerar este mês, subindo de 0,40% para 0,54% entre junho e julho deste ano. Com o resultado, o IPCA-15 acumula alta de 8,93% nos últimos 12 meses, conforme dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado, no entanto, é inferior ao acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores: 0,98%.Os números indicam que o total acumulado no ano é de 5,19%, bem abaixo dos 6,9% registrados em igual período do ano anterior.
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Aumenta a importação de feijão
Os preços dos alimentos é que foram o problema neste começo de julho, com um salto de 1,45%. Esse saldo foi o mais elevado para meses de julho desde 2008, quando a alta no grupo alimentação e bebidas chegou a 1,75%. Em junho, os alimentos haviam aumentado 0,35%
Com o repique recente, os alimentos contribuíram com 0,37 ponto porcentual para a taxa de 0,54% do IPCA-15 de julho, o equivalente a 69% de toda a inflação do mês. O preço do feijão-carioca, variedade mais consumida no país, subiu 58,06% no IPCA-15 de julho, item de maior impacto sobre a inflação do período, uma contribuição de 0,18 ponto porcentual.
O orçamento das famílias foi pressionado ainda pelos outros tipos de feijão, que também apresentaram aumentos significativos. O feijão mulatinho ficou 45,94% mais caro, o feijão preto aumentou 34,23% e o feijão fradinho subiu 11,78%.
Também muito consumido pelo brasileiro, o preço do arroz cresceu 3,36%. O leite foi outro item que pressionou a cesta básica das famílias, devido a um aumento de 15,54%. Os preços dos derivados de leite também aumentaram, com destaque para o leite em pó, que ficou 3,26% mais caro.