Reprisando a campanha de 2012, quando enfrentou longo processo interno para optar entre José Fortunati (PDT) e Manuela D'Ávila (PC do B), o PP deverá ser um dos partidos mais cobiçados pelos candidatos à prefeitura de Porto Alegre na eleição deste ano. E, mais uma vez, estará entre os últimos a tomar decisão.
No quadro atual, o lançamento de nome próprio não está descartado, mas a tendência é de apoio a outro partido. Quatro nomes disputam a adesão do PP: Sebastião Melo (PMDB), Maurício Dziedricki (PTB), Vieira da Cunha (PDT) e Nelson Marchezan (PSDB). As definições se darão no voto dos filiados, possivelmente em dois turnos de prévias.
Entre os dias 15 e 20 de julho, o partido deverá fazer a primeira rodada: os cem integrantes do diretório municipal serão chamados a dizer se querem ou não a candidatura própria. As alternativas são o deputado estadual Marcel van Hattem, com mais força interna, e o ex-deputado Cassiá Carpes, preferido da senadora Ana Amélia Lemos.
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Mas, como encabeçar chapa não se mostra a tendência majoritária, o PP receberá nos próximos dias os líderes das outras siglas que lhe cortejam. O partido se reunirá para ouvir os candidatos por aproximadamente uma hora. Em 8 de julho, falarão Melo e Marchezan. Depois, no dia 11, será a vez de Vieira e Dziedricki.
Com a saída do deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM) da disputa – ele anunciou nesta sexta-feira a retirada da sua pré-candidatura –, os favoritos para contar com o apoio do PP são Melo e Dziedricki. Vieira corre por fora, mas com chances. A opção de se aliar a Marchezan é quase nula, já que ele faz um discurso de oposição à atual gestão, liderada por um grupo político apoiado pelo PP há 12 anos.
O diretório municipal do partido é influenciado pelas alas do vereador Kevin Krieger e de Tarso Boelter, ex-diretor do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP). Embora não haja racha, Krieger já esteve mais próximo de Dziedricki e de Onyx. Já Boelter se alinhou a opção Melo.
A desistência de Onyx, que surpreeendeu a classe política, trouxe elementos novos.
– A chance de candidatura própria é pequena, mas existe. É difícil porque requer recursos, estrutura. Hoje não estamos organizados para isso. Mas, com a saída do Onyx, fica um vácuo na centro-direita que pode ser ocupado pelo PP – diz Kevin Krieger.
O presidente estadual do PP, Celso Bernardi, é um dos entusiastas da ideia de lançar nome próprio. Ana Amélia, apesar de apoiar Cassiá, avisou que seus movimentos serão discretos desta vez. Em 2012, ela jogou todas as fichas na tentativa de levar o PP, de origem conservadora, a se aliar com Manuela D'Ávila, ligada à esquerda desde os tempos de militância estudantil. A senadora acabou derrotada e desgastada internamente.
O partido será mais uma vez cortejado porque dispõe de bom tempo de propaganda na TV. Na eleição proporcional, concorrerá sozinho, sem coligações, porque preencheu todas as 54 vagas de candidatos a vereador de uma chapa.