A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 113/2015, que estabelece o fim da reeleição para o Poder Executivo e impõe a cláusula de barreira para acesso ao Fundo Partidário. A chamada PEC da Reforma Política já tinha sido aprovada pela Câmara dos Deputados e foi dividida no Senado.
A parte que tratava da janela partidária já foi promulgada, mas o restante, como o trecho que trata da reeleição e da cláusula de barreira, tinha ficado pendente de aprovação da CCJ. Agora a PEC segue para o plenário do Senado.
– Foi um equívoco termos alterado nossa tradição republicana, que veda ao chefe do Executivo pleitear a reeleição na eleição subsequente à que o elegeu. Inclusive eu votei contra, em 1998, na época de Fernando Henrique Cardoso – disse o relator da proposta, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
Leia mais
Votação do impeachment começará por deputados do Rio Grande do Sul
Partidos "nanicos" também devem romper com Dilma
Faça o teste e descubra quem são os autores de frases nos processos de impeachment de Collor e de Dilma
O texto proíbe a reeleição também para os cargos de presidente do Senado e da Câmara. Valadares também fez mudança na cláusula de barreira, para que os partidos só tenham acesso ao Fundo Partidário e ao tempo gratuito de rádio e televisão se atingirem pelo menos o percentual de 2% dos eleitos para a Câmara dos Deputados, divididos por pelo menos um terço dos estados. A implantação da barreira será gradual, passando a 1,5% na próxima eleição e 2% na subsequente, conforme sugestão da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
Quando passou pela Câmara, a PEC previa que a cláusula de barreira seria a necessidade de o partido eleger pelo menos um deputado federal para ter acesso ao fundo e ao tempo de TV. Valadares disse que sua proposta, apesar de mais dura, deve ser aceita pelos deputados.
– É razoável, até porque estaremos incluindo, dentro do possível cumprimento desse percentual, dois partidos que considero importantes: PCdoB e PSOL. Essa matéria ainda vai passar pela Câmara dos Deputados e, com esse percentual transitório, é possível que a cláusula de desempenho seja aprovada – afirmou o relator.
Valadares mexeu também nas regras para apresentação de projetos de iniciativa popular. Hoje tais propostas precisam ser apoiadas por pelo menos 1% do eleitorado brasileiros, com 1,5 milhão de assinaturas. Pelo relatório de Valadares, os projetos precisarão ter apoio de apenas 0,4% dos eleitores, com 580 mil assinaturas.