Após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, não poderá acumular a função com seu cargo de procurador no Estado da Bahia, o governo começou a articulação para tentar encontrar uma solução. O sucessor de José Eduardo Cardozo está reunido na noite desta quarta-feira com seu staff no Ministério da Justiça para analisar alternativas.
Segundo a decisão do STF, Lima e Silva terá 20 dias para tomar uma decisão. Conforme fontes do Planalto, Lima e Silva estaria analisando uma possível renúncia do cargo.
– Ele está refletindo. E o Planalto ainda não tem posição – afirmou um interlocutor da presidente Dilma Rousseff, que disse que ela ainda não conversou o ministro após a decisão do STF.
Leia mais
Maioria do STF decide que membro do MP não pode ser nomeado no Executivo
Ministério Público de São Paulo denuncia ex-presidente Lula
Senado aprova medida provisória da reforma administrativa do governo federal
Cardozo, que no papel de Advogado-Geral da União defendeu perante ao STF a possibilidade de Lima e Silva acumular os cargos, chegou na noite desta quarta-feira ao gabinete da presidente Dilma. Também estão na conversa os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo).
Durante o dia, foi cogitado que Lima e Silva pudesse pedir aposentadoria do Ministério Público da Bahia para assumir o cargo na Esplanada. No entanto, segundo fontes informaram após a decisão do STF, o ministro ainda não teria tempo suficiente para isso.
Indicação do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, Lima e Silva tem 50 anos de idade e 25 anos de carreira e exercia os cargos de procurador de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e de Procurador-Geral de Justiça Adjunto para Assuntos Jurídicos. Ele também já comandou por dois mandatos consecutivos o Ministério Público do Bahia, entre 2010 a 2014.