Mais do que demonstrar graça e habilidade física ao som da banda marcial, o grupo de balizas da Escola Estadual Cônego Leão Hartmann, de Canoas, é a prova de que a música e a dança podem ser o primeiro passo de um caminho diferente para
15 meninas do Bairro Guajuviras.
De acordo com a professora do segundo ano Caroline Tarragô, coordenadora do grupo, a partir de ensaios e apresentações, a timidez e o medo das críticas estão sendo vencidos. As meninas estão mais confiantes, com a autoestima elevada e até melhoraram o rendimento escolar.
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Para continuar com os benefícios da atividade, porém, o grupo está em busca de ajuda. Embora já tenha feito apresentações em eventos do município, as meninas não possuem um uniforme.
Descalças
- Elas usam o que têm, uma legging, um shortinho. Organizamos uma vaquinha entre as professoras e fizemos saias, para ficarem mais bonitas. Algumas vão descalças porque não têm tênis e de chinelinho é ruim porque podem cair - conta Caroline.
A professora chegou a pesquisar o preço do uniforme - malha, saia e sapatilha -, que custaria R$ 60 por menina. O improviso se estende também aos elementos utilizados pelas meninas:
- Tudo foi confeccionado por nós. As balizas são canos de PVC, as fitas têm canudo, fita e argolas de chaveiro - revela Caroline.
Mesmo sem as condições ideais para acompanhar a banda, as meninas vêm demonstrando muita dedicação.
- Elas são show, muito empenhadas - explica a professora.
Muito orgulho
Criado no ano passado, com o objetivo de acompanhar a banda comunitária da escola, que envolve 75 alunos com idades entre dez e 17 anos, o grupo de balizas é formado por meninas do terceiro e quarto anos do ensino fundamental, com idades entre oito e nove anos.
A professora Caroline conta que recorreu ao seu tempo de colégio e a algumas pesquisas para ensaiar as meninas. Os encontros são semanais.
A primeira apresentação foi na Semana do Idoso, em outubro do ano passado. No Natal, as meninas se apresentaram no Parque Eduardo Gomes.
Capricho nas coreografias
Estrelinhas
A estudante Isabella Moraes, nove anos, do quarto ano, já sabia virar estrelinha quando entrou no grupo e tratou logo de ensinar as colegas.
- Eu tenho muito orgulho de participar - emociona-se a menina.
A colega Joana Vaz da Silva, oito anos, do terceiro ano, era a porta-bandeira. Hoje, é só sorrisos como baliza. Graziele da Rosa da Silva, oito anos, também está empolgada com a dança:
- Eu adoro virar estrelinha!