Em um dia de turbulência no mercado financeiro, a moeda norte-americana aproximou-se de R$ 4, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou o dia com forte queda. O dólar comercial fechou esta quinta-feira vendido a R$ 3,984, com alta de R$ 0,048 (1,23%). O Ibovespa, índice da Bolsa de São Paulo, caiu 2,56%, encerrando aos 39.345 pontos.
Com a elevação desta quinta-feira, o dólar volta a acumular alta, tendo subido 0,9% no ano. Em 2016, a moeda alcançou a marca recorde de R$ 4,16, o maior valor de fechamento desde a criação do real, em 1994. Na sequência, apresentou queda chegando a R$ 3,89 no início deste mês.
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O Ibovespa começou o dia operando em forte queda, e a tendência ampliou-se nas horas seguintes. Pela primeira vez desde o início do mês, o índice voltou a fechar abaixo de 40 mil pontos, aproximando-se dos níveis registrados em março de 2009, no auge da crise econômica provocada pelo colapso do crédito imobiliário nos Estados Unidos.
As ações da Petrobras foram as mais negociadas e também tiveram forte queda. Os papéis ordinários, que dão direito a voto em assembleia de acionistas, caíram 2,78%, fechando em R$ 5,95. As ações preferenciais, que dão prioridade na distribuição de dividendos, recuaram 1,86%, sendo vendidas a R$ 4,23.
Nos últimos dias, as commodities (bens primários com cotação internacional) têm caído fortemente por causa de dados que mostram a desaceleração da economia chinesa. A cotação internacional do barril de petróleo, que tinha chegado a ficar acima de US$ 30 na semana passada, fechou em torno de US$ 28.
Os mercados da Ásia não operaram hoje por causa do feriado do Ano-Novo chinês, mas as bolsas norte-americanas e europeias despencaram com a queda generalizada dos preços das commodities e das ações de bancos internacionais e com a redução do número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos. Na Itália, a redução foi de 5,6%, e na Espanha, de 4,9%.
O bom desempenho do mercado de trabalho nos Estados Unidos pressiona o Federal Reserve (Banco Central do país) a não adiar o aumento dos juros da maior economia do planeta. A retração da China, a segunda maior economia do planeta, prejudica países exportadores de commodities, como o Brasil, porque reduz a demanda global por matérias-primas e produtos agrícolas. Com as exportações mais baratas, menos dólares entram no mercado brasileiro, empurrando para cima a cotação da moeda norte-americana.