A Polícia Civil de Júlio de Castilhos está perto de solucionar o sumiço de quase R$ 6 milhões da Cerealista Agrodeltha. Segundo a delegada Alessandra Padula, que conduz o inquérito, a última remessa de documentos referentes à quebra de sigilo bancário de pelo menos 10 pessoas chegou.
Polícia investiga sumiço de soja de cerealista em Júlio de Castilhos
A papelada agora será analisada pelos policiais, na última fase antes da conclusão da investigação. Pelo menos oito pessoas devem ser indiciadas. Eles devem responder por lavagem de dinheiro, estelionato, furto, apropriação indébita, formação de quadrilha e falsidade documental.
Soja que "sumiu" de silo em Júlio de Castilhos pode chegar a R$ 6 milhões
- Acredito que tudo que foi solicitado já chegou. São pilhas e pilhas de documentos, fora os arquivos de multimídia. Agora, vamos fazer o cruzamento de dados de contas bancárias. O levantamento de bens, informações da Receita Federal, movimentações de contas e de cartão de crédito, tudo isso já foi feito. Agora é a parte mais difícil - explica a delegada.
Leia mais notícias sobre Polícia
A previsão inicial era que o inquérito fosse encerrado até dezembro passado. Mas a demora no repasse de informações bancárias adiou esse prazo. Conforme Alessandra, assim que retomar a investigação, o caso pode ser concluído em 40 dias. Porém, como nos dois primeiros meses do ano o déficit de policiais aumenta por conta da Operação Golfinho e também em função do período de férias, o reinício do serviço está previsto para março.
O caso
Cerca de 130 produtores rurais teriam sido prejudicados por um esquema que envolvia a "soja virtual": o grão não era depositado de verdade no silo, mas tinha a entrada sinalizada por notas que seriam falsas.
A empresa pagava pelo cereal, mas não recebia o produto. Com isso, quando precisou pagar quem realmente tinha soja depositada no local, não tinha dinheiro. O valor _ de R$ 6 milhões _ representaria aproximadamente 100 mil sacas de soja, com valores referentes à época. Várias pessoas tiverem os bens bloqueados. O inquérito já conta com quase 10 mil páginas.