A Polícia Federal (PF) expediu mandado para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja intimado a prestar depoimento na Operação Zelotes. O mandado 6262 é do dia 3 de dezembro e define o comparecimento de Lula na próxima quinta-feira, 17, na sede da PF em Brasília. Segundo a assessoria, o ex-presidente não foi notificado oficialmente, mas se coloca à disposição das autoridades.
Lula assinou as Medidas Provisórias (MPs) 471/2009 e 512/2010, que estão sob suspeita de terem sido compradas por esquema de corrupção que envolve lobistas e montadoras de veículos que se beneficiaram de prorrogação de incentivos fiscais definidas por essas normas.
Em nota, o Instituto Lula disse que que o ex-presidente ainda não foi notificado pela PF, mas que "sempre esteve à disposição das autoridades para contribuir com o esclarecimento da verdade". Lula mencionou que "não tem qualquer relação com os fatos investigados" ao afirmar que "a MP em questão foi editada em 2013", quando ele não estava mais no Planalto e a presidente já era Dilma Rousseff. O Palácio do Planalto informou que não comenta sobre operações em andamento.
O filho mais novo de Lula, Luís Claudio Lula da Silva, recebeu R$ 2,5 milhões da Marcondes & Mautoni, consultoria contratada pelas montadoras para fazer o lobby pelas MPs. Os sócios da consultoria, Mauro e Cristina Marcondes, estão presos pela PF e já foram denunciados.
O filho de Lula prestou depoimento e é alvo de um novo inquérito que investiga sua relação com a empresa de lobby. Perícia da PF identificou que o trabalho que Luís Claudio diz ter prestado para a Mautoni se resume a cópia de material produzido na internet, em especial o site Wikipedia.
* Agência Estado