Foi uma trégua curta. Na noite desta terça-feira, a chuva já retorna ao Rio Grande do Sul, atingindo o Extremo Norte, na divisa com Santa Catarina. Na quarta, a instabilidade deve chegar à Região Metropolitana ainda pela manhã, e, à noite, o mau tempo se espalha, mais uma vez, por todas as regiões do Estado. Na quinta, de acordo com a Climatempo, a previsão é de temporais, com raios, granizo e ventania.
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Para o meteorologista do Inmet em Porto Alegre Rogério Rezende, no entanto, as novas chuvas não devem trazer uma situação tão grave quanto a verificada nos últimos dias.
- Serão menos dias de chuva. Na semana passada, choveu sem parar. Agora, a princípio, a trégua deve vir logo na sexta. O fim de semana deve ser de tempo seco -afirma Rezende.
Ainda que seja por um período mais curto do que o da semana passada - uma vez que as precipitações perdem força já na sexta -, os acumulados de chuva se mostram novamente preocupantes. As regiões mais afetadas devem ser a Campanha e o Sul, onde os volumes podem passar dos 150mm, entre quarta e quinta.
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Na maior parte do Estado, os acumulados ficam entre 50mm e 100mm. O problema é que o nível dos rios continua alto, e a água ainda não escoou totalmente de vias alagadas desde a última semana. É muita chuva. Em Porto Alegre, por exemplo, de 1º de outubro até as 9h da última segunda, choveu 183,6 mm, segundo a estação do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) - a média mensal é de 114mm. Não à toa, a Capital teve a maior enchente desde 1941.
- Pode ser que algumas áreas não tenham volume de chuva tão elevado quanto os da semana passada, mas teremos novamente raios, ventania e granizo, com possibilidade de destelhamento e outros estragos. A situação pode ser delicada porque, em boa parte das comunidades atingidas, ainda não deu tempo de a água baixar muito - avalia Fabiana Weykamp, meteorologista da Climatempo.
Conforme a Defesa Civil, equipes seguem nos trabalhos de apoio às famílias atingidas. Segundo o último levantamento, divulgado pelo órgão às 11h, 4.164 pessoas seguem em abrigos improvisados nos municípios afetados.
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De acordo com a Climatempo, todo sistema que entra no Rio Grande do Sul vem com muita força devido à influência do fenômeno El Niño, a bloqueios atmosféricos e a áreas de baixa pressão que se formam sobre o Paraguai e a Argentina.
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* Zero Hora
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Instabilidade volta a se espalhar com força por todas as regiões, e tempo seco deve retornar ao Estado somente no sábado
Bruna Scirea
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