A presidente da República, Dilma Rousseff, disse que, a despeito da crise que assola o país, vê "luz no fim do túnel", mas desde que o Congresso Nacional também faça a sua parte na apreciação dos vetos presidenciais.
- Estou vendo luz no fim do túnel, mas o Congresso Nacional tem de mostrar seu compromisso com o país - afirmou Dilma, em entrevista a rádios da Bahia, onde cumpre agenda na tarde desta quarta-feira, em cerimônia de entrega de casas do Minha Casa Minha Vida.
Ao falar da análise dos vetos presidenciais pelo Congresso, a presidente mandou um recado aos parlamentares, ressaltando que é importante que deputados e senadores coloquem os interesses do país acima dos partidários e pessoais.
- É fundamental que os interesses do Brasil sejam preservados - comentou.
Além disso, Dilma voltou a alertar que é impossível, no momento de crise, o país aumentar desproporcionalmente as suas despesas.
Na terça-feira, por falta de quórum, a sessão conjunta da Câmara e Senado para análise dos vetos foi mais uma vez adiada. Entre os itens polêmicos está o que veta o reajuste salarial de até 78,56% para os servidores do Judiciário e o veto à correção das aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo com ganhos reais.
Dilma fez uma analogia com as donas de casa, dizendo que elas sabem que, nos momentos difíceis, é preciso conter as despesas. Apesar do recado aos congressistas, ela disse crer que o Congresso Nacional demonstrará esse compromisso com o Brasil. A sessão para apreciação dos vetos foi remarcada para a manhã desta quarta-feira.
"Variantes golpistas"
A presidente foi indagada sobre as pressões que vem recebendo, principalmente de setores da oposição e da sociedade, que defendem um processo de impeachment ou de renúncia.
- A democracia brasileira é forte o suficiente para prevenir que variantes golpistas tenham espaço no cenário político brasileiro - respondeu.
Na avaliação da petista, é impossível achar que se presta um serviço à democracia "tentando métodos para encurtar a chegada ao governo, pois o único método reconhecido para se chegar ao governo é o voto direto nas urnas". Dilma também repetiu que o Brasil tem uma democracia robusta e instituições fortes que prezam pela liberdade de opinião e expressão.
O desafio duplo do governo
Na entrevista, a presidente mencionou que o país precisa voltar a crescer, gerar empregos e melhorar as suas oportunidades.
- O desafio duplo é reequilibrar o orçamento e manter programas sociais e investimentos - destacou, informando que hoje estará na Bahia para a entrega de moradias populares.
Apesar de reconhecer que a inflação tem crescido, Dilma disse que a tendência é de queda, um "fato reconhecido até mesmo pelo mercado", e que a sua gestão tem feito todos os esforços nesse sentido. Além disso, a presidente falou da reforma ministerial que anunciou na sexta-feira passada, destacando que o governo vem realizando a sua parte no esforço de saída da crise.
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