O senegalês Cheikh Oumar Foutyou Diba, 25 anos, que teve parte do corpo queimada na manhã do último sábado foi recebido em Caxias do Sul por conterrâneos. Diba está na casa de senegaleses que se instalaram no centro da cidade. Ele chegou a Caxias no início da noite desta terça-feira, em um carro cedido pela Secretaria de Saúde de Santa Maria. Quem não desgrudou do amigo foi Aboulahat Ndiaye, 24 anos, o Billy, que se transformou em referência para os imigrantes que chegam por aqui. Diba está se recuperando com a companhia de Billy e de outros senegaleses, e preferiu manter-se distante da imprensa.
Ataque a senegalês em Santa Maria repercute nos setores públicos e políticos do país
- A família dele está muito preocupada no Senegal. A mãe está bastante abalada e só pede que ele retorne ao país - explica Billy.
A intenção, agora, é providenciar o retorno de Diba ao país de origem. Ainda não se sabe qual será a maneira mais prática, mas sabe-se que terá ajuda do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), de Caxias.
Polícia Civil acredita que senegalês tenha sido vítima de roubo
Dilma lamenta agressão a senegalês em Santa Maria e pede investigação à PF
Diba passou a quarta-feira sem sair de casa. Está menos assustado, garante Billy, e procura mandar notícias para os familiares.
- Entre senegaleses, ele está mais tranquilo. Logo vai estar se sentindo bem melhor -acredita Billy.
A documentação que possibilita a permanência no país do jovem agredido está em tramitação.
- Em virtude do que aconteceu, ele tem recebido bastante apoio da comunidade senegalesa e do povo daqui, de forma geral. Mais importante do que identificar e punir quem fez isso com ele, é refletir que casos assim não acontecem de forma isolada - avalia a coordenadora do CAM, Irmã Maria do Carmo Gonçalves.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Federal, ele teria ido pedir ajuda em uma padaria que fica na Avenida Rio Branco, na área central da cidade, por volta das 9h do sábado.
À Brigada Militar, o senegalês contou que acordou já com as chamas e viu quando o grupo fugiu levando uma maleta com as bijuterias que ele costuma vender pelas ruas da cidade, R$ 500 e os tênis que ele usava. Ele contou ainda que acabou dormindo na rua porque não conseguiu chegar a tempo no Albergue Municipal, que fecha às 20h.