As declarações do promotor Maurício Trevisan à "Página 2" devem influenciar nas decisões a serem tomadas sobre o projeto de ampliação do hospital São Francisco. A Câmara marcou para esta terça reunião entre Unifra e prefeitura, mas há informações de que, após a entrevista de Trevisan, nenhuma das partes deve comparecer. O promotor deixou claro que está analisando a legalidade de vários aspectos sobre as negociações para viabilizar a construção do hospital de 360 leitos no bairro Lourdes. Ele alega que a lei que mudou o Plano Diretor para permitir a
construção de um prédio de seis andares é só mais um detalhe a ser analisado.
Unifra pode desistir de construir hospital-escola em Santa Maria
Trevisan deve avaliar a mudança da vocação da região, pois terá um hospital nove vezes maior que a estrutura atual, e se os procedimentos da audiência pública foram feitos como manda a lei. Outro aspecto é se a lei complementar nº 100, que permite a construção do hospital com seis andares (o limite era dois), poderia ter sido feita com objetivo exclusivo de beneficiar a Unifra.
Obra do hospital da Unifra divide opiniões
Em Belo Horizonte, por exemplo, a Câmara aprovou lei que facilita as regras para a construção de hospitais em toda a cidade, alegando a falta de leitos na cidade. Por último, Trevisan deixou claro que, para ele, a Unifra é como outra empresa qualquer e que precisa obedecer à lei e dar as contrapartidas exigidas, como obras de melhorias de ruas no bairro para diminuir o impacto do futuro hospital. E alega que, agora que há lei exigindo essas contrapartidas, será difícil retirá-las. Mas só avaliará se entrará com ação quando a Unifra apresentar o projeto do hospital na prefeitura.
Ou seja, pode até haver saída para fazer o hospital com 360 leitos, mas será difícil. Pelo jeito, ou a Unifra terá de fazer as melhorias nas ruas (correndo ainda o risco de sofrer uma ação do MP), ou precisará partir ao plano B, de ampliar o hospital de 74 para cento e pouco leitos.
