Policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas, com apoio da Brigada Militar (BM), fecharam na madrugada deste domingo uma boate clandestina no bairro Mathias Velho, na Região Metropolitana. Na ação, resultado de dois meses de investigações, três pessoas - duas que estavam no bar e um gerente - foram presas por venda de bebida alcoólica a adolescentes e um revólver foi apreendido.
Segundo o delegado Pablo Queiroz Rocha, a Brunight era um "inferninho para adolescentes" - reduto de prostituição infantil e consumo de drogas. Durante as investigações, foram flagradas mulheres, incluindo adolescentes, em shows eróticos dentro da casa noturna. Em diferentes ocasiões, os DJs estariam incentivando-as a tirarem blusas e saias em cima dos chamados "queijinhos". Não havia controle na entrada - bastava ter apenas o ingresso.
Cerca de 80 policiais chegaram à festa por volta das 3h, quando estavam presentes cerca de 300 adolescentes, entre eles, 108 menores de 18 anos e 52 menores de 14 anos. Conforme Rocha, crianças menores de 12 anos também estariam circulando na boate no horário em que houve as apreensões. A maioria não portava documento de identificação. Os menores foram encaminhados e entregues aos responsáveis.
Com apenas uma porta de entrada e de saída, sem janelas, o local era inapropriado e funcionava sem documentação, de acordo com a polícia. Nenhum documento relativo à casa noturna foi apresentado, como alvará da prefeitura ou Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). Testemunhas informaram que era comum ocorrer tiroteios na frente da boate, segundo o delegado.
- Se tivesse um tumulto ou um incêndio, teríamos um novo caso Kiss - lamentou Rocha.
Outros dois proprietários - o gerente preso seria um dos sócios - estão sendo procurados. A polícia ainda investiga uma possível morte por overdose que teria ocorrido na boate. Nesta segunda-feira, o Corpo de Bombeiros deve fazer uma inspeção no local.
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