O Ministério Público pediu a quebra do sigilo bancário do deputado estadual Diógenes Basegio (PDT) por suspeita de extorquir assessores.
De acordo com o promotor Luiz Eduardo Menezes, da Subprocuradoria-Geral para Assuntos Jurídicos, o MP instaurou um procedimento investigatório criminal em fevereiro deste ano para averiguar as supostas irregularidades no gabinete do deputado, levadas ao ar pelo Fantástico, no domingo.
As suspeitas chegaram ao órgão em maio de 2014, em Passo Fundo, por meio do ex-chefe de gabinete de Basegio, Neuromar Gatto. Depois de confrontar documentos e analisar o depoimento de Gatto, o procurador-geral de Justiça, Eduardo de Lima Veiga, determinou a abertura do procedimento.
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A demora se deu, segundo Menezes, pela necessidade de cruzar as informações e de verificar a veracidade dos documentos apresentados.
_ Já foram ouvidos assessores e ex-assessores do deputado e agora foi requerida a quebra do sigilo bancário de mais de 10 pessoas, inclusive de Baségio e de seus ex-chefe de gabinete. Estamos aguardando a decisão do Tribunal de Justiça _ afirma Menezes.
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O período de quebra de sigilo solicitado ao TJ envolve os anos de 2011 a 2014, quando Gatto trabalhou para Basegio.
Se comprovadas as irregularidades, Menezes diz que o parlamentar poderá ser denunciado pelo MP por crimes como peculato (desvio ou apropriação de dinheiro público), concussão (por suposta extorsão de funcionários) e falsificação ou uso de documentos falsificados (notas podem ter sido adulteradas para fins de comprovação de diárias).
O procedimento foi prorrogado por 90 dias em maio e, se for necessário, poderá ser prorrogado novamente. Ao final, pode resultar tanto em denúncia quanto em arquivamento, dependendo de decisão do procurador-geral.
_ Se o TJ autorizar a quebra de sigilo, vamos confrontar extratos bancários. Além disso, serão feitas novas inquirições e o próprio deputado será chamado a falar _ afirma Menezes.
*Zero Hora