Trabalhadores do Polo Naval de Rio Grande, que organizaram protestos pela cidade nesta quinta-feira, pretendem se reunir após o Carnaval com a direção da Petrobras e o ministro da secretaria-geral da Presidência, Miguel Rossetto, para exigir a manutenção dos empregos na região.
A categoria realizou bloqueios em estradas e impediu a circulação de ônibus e balsas para denunciar demissões e pedir a continuidade das obras financiadas pela estatal nos estaleiros, ameaçadas pela crise que atinge as empresas investigadas pela Operação Lava-Jato.
Metalúrgicos e funcionários demitidos interromperam rodovias como a ERS-734 e a BR-392, e impediram a circulação de ônibus e das balsas que fazem a ligação com São José do Norte. Tentaram, ainda, convencer comerciantes a fechar as portas.
- Há mais de um ano, tínhamos 24 mil trabalhadores no setor. Hoje, são cerca de 7 mil - afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, Benito Gonçalves.
Segundo o dirigente, as dispensas ocorreriam "quase diariamente", e se agravaram após a divulgação das denúncias envolvendo a Petrobras - que contrata as empresas responsáveis pela construção de plataformas em Rio Grande. Outro temor é de que obras previstas sejam canceladas, barrando a criação de novas vagas.
Por isso, representantes da categoria pretendem se encontrar com a direção da Petrobras e com o ministro Miguel Rossetto a fim de cobrar um posicionamento da empresa e do governo, e pedir a manutenção dos empregos e dos contratos de construção firmados. O deputado federal Henrique Fontana (PT/RS) se incumbiu de tentar viabilizar o encontro.
- Vamos trabalhar para que essa reunião ocorra logo depois do Carnaval, com o ministro Rossetto e o novo presidente da Petrobras. A orientação do governo é de que os empregos sejam preservados, mas o ritmo das obras depende de um conjunto de variáveis como questões de gestão e o preço do petróleo - sustenta Fontana.
Uma das principais empresas do Polo Naval, a Ecovix emitiu uma nota informando que "a construção das FPSOs (tipo de navio-plataforma) segue etapas que exigem um número maior ou menor de funcionários, e as movimentações de pessoal estão ligadas a estas etapas. Hoje, o número gira em torno de 7.000 diretos e mais uns 2.000 indiretos. A empresa esclarece que não houve demissão em massa no Estaleiro".