A Corregedoria da Polícia Civil prendeu o comissário Nilson Aneli, suspeito de ter ligações com o traficante Alexandre Goulart Madeira, o Xandi. A prisão preventiva de Aneli foi decretada pela Justiça a pedido da corregedoria, que intimou o comissário a prestar depoimento no órgão nesta segunda-feira. Ao se apresentar em outro órgão policial, ele recebeu voz de prisão.
Aneli havia admitido ter feito segurança para Xandi e um grupo de pessoas no final de semana em que o traficante foi executado com um tiro de fuzil, supostamente alvo de uma quadrilha rival. O crime ocorreu em 4 de janeiro, a uma quadra da orla, em Tramandaí. A Justiça de Tramandaí decretou a prisão preventiva do comissário por crimes como associação ao tráfico. Desde o dia do crime em Tramandaí, a corregedoria investiga a atuação do policial junto ao grupo de Xandi, conhecido traficante que já foi preso pelo Departamento Estadual do Narcotráfico (Denarc).
Durante quatro anos, Aneli foi chefe da segurança pessoal do então secretário da Segurança Pública, Airton Michels. Dias depois do fato, Aneli admitiu para Michels que havia feito segurança na casa, em Tramandaí, mas negou saber que Xandi era traficante. Disse acreditar que se tratava de um produtor de eventos, já que Xandi era um dos sócios da empresa Nível A Produções. Autoridades não acreditam nesta versão.
Quando o crime ocorreu, Aneli estava cedido para trabalhar no Ministério Público. A cedência foi cancelada e, agora, ele estava em férias, conforme informações da Polícia Civil. Por volta do meio-dia de ontem, Aneli atendeu a um telefonema de Zero Hora e disse:
- Estou bastante incomodado. A coisa tá feia para o meu lado, querem me ouvir de novo. Falei a verdade, me abri, mas querem jogar fora meus 33 anos de serviço. Na hora oportuna, vou falar bastante a respeito.
* Zero Hora