A polícia começou, na manhã desta segunda-feira, as operações de resgate dos corpos das duas vítimas do acidente em Barra do Ouro, próximo a Maquiné, no Litoral Norte. Uma aeronave do Batalhão de Aviação da Brigada Militar decolou às 9h rumo ao paredão de rochas onde o grupo de sete pessoas foi atacado por abelhas no sábado - no local, seis socorristas desceram com o helicóptero ainda no ar para retirar os corpos.
Segundo o major Danúbio Lisboa, do Batalhão de Aviação, os bombeiros e soldados do Grupo de Busca e Salvamento (GBS) da Brigada Militar percorrem uma distância de 100 metros em meio à mata fechada para chegar às vítimas. Eles utilizam facões para abrir caminho na vegetação. Após a preparação dos corpos para transporte por helicóptero, eles terão de retornar e acionar a aeronave de resgate.
Comandante da operação, o major Roberto do Canto Wilkoszynski explica que a equipe está munida de roupas especiais para apicultura e veste protetores de pernas para evitar picadas de cobras.
- A operação é de alto risco para a equipe. Manteremos os corpos no ar pelo mínimo de tempo possível. A ideia é fazer esse deslocamento aéreo por 60 metros, e depois o resto pelo solo.
VÍDEO: Major Canto Wilkoszynski explica como será o resgate
Entenda como foi o acidente em Maquiné
"Todos que desciam caíam nas pedras", diz homem que caminhou 15 horas
Através de um cabo preso, os corpos serão levados até um local distante 60 a 80 metros do ponto onde caíram após o ataque de abelhas, onde um clarão de raio de 10 metros está sendo aberto à mão, com motosserras. Os corpos serão, então, colocados em caminhonetes da Brigada Militar e dos bombeiros e levados até o campo do Barra de Ouro Futebol Clube. Dali, serão transportados por veículos de funerárias até destinos incertos. Provavelmente, o Departamento Médico Legal (DML) de Osório, diz o comandante.
No local, familiares das vítimas aguardam a operação com ansiedade e indignação pela demora do resgate.
GALERIA: início dos trabalhos de resgate dos corpos
Veja fotos do local do acidente:
O acidente
O acidente aconteceu quando o grupo descia uma cascata de 130 metros de altura e as abelhas atacaram, por volta das 15h deste sábado. Na tentativa de fugir do enxame, um deles teria cortado a corda do equipamento e o outro fez uma descida brusca e não acionou os freios. Os demais conseguiram descer, mas também ficaram feridos.
Grupo de rapel havia sofrido incidente na mesma cascata em 2010
Dentre os cinco sobreviventes, Maicon Silva da Silva, 31 anos, e Luciano de Souza caminharam por 15 horas no mato para pedir resgate. Os outros três sobreviventes, identificados como Flavio Rodrigo da Rosa Lopes, 37 anos, João Batista Moreira Dias, 42, e Roberto Schuster, médico de 73 anos que liderava o grupo, ficaram no local aguardando o resgate, que chegou por volta do meio-dia de domingo. Até as 6h30min desta segunda apenas Schuster permanecia internado no Hospital de Tramandaí.
Especialistas explicam o ataque das abelhas
Veja o local onde aconteceu o acidente:
Em áudio, socorrista conta como foi o resgate:
Confira imagens do resgate: