por Adriano Duarte, do Jornal Pioneiro
Dois funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Caxias do Sul estão sendo investigados por supostas fraudes no cartão ponto com o intuito de obter vantagens salariais. A apuração foi desencadeada em duas frentes. As informações são do jornal Pioneiro.
Na Justiça, o caso está sob a responsabilidade da promotora Jeanine Mocellin, que abriu inquérito e solicitou registros e outras informações sobre a jornada de trabalho dos dois funcionários. Administrativamente, a Secretaria de Recursos Humanos e Logística e a Secretaria da Saúde abriram sindicância conjunta.
As denúncias foram encaminhadas anonimamente com cópias dos pontos originais para o MP, Câmara de Vereadores, Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Secretaria Municipal de Recursos Humanos e Logística.
Os registros estariam sendo alterados há mais de dois anos. A suspeita é de que os funcionários marcavam hora extra sem realizá-las, ganhavam adicional noturno mesmo não trabalhando à noite e exerciam funções na iniciativa privada ou fora da cidade quando na verdade deveriam estar no Samu Caxias.
A alteração no ponto ocorreria sempre ao final do mês, segundo as informações repassadas ao MP. Como o setor tem relógio biométrico, os registros são impressos pelo setor de recursos humanos da Secretaria Municipal da Saúde para correções diretamente em cada setor. Concluído os ajustes, os registros são devolvidos para inclusão definitiva no sistema.
A documentação solicitada pela promotora Jeanine inclui os pontos originais arquivados, o livro de intercorrência de plantões no Samu onde consta os profissionais que estavam no plantão diurno e noturno, além de fichas de atendimento presencial ou via telefone. A ideia é comparar se o pagamento de hora extra e do adicional noturno corresponde aos nomes contidos nos documentos.
O cargo e o nome dos profissionais investigados são mantidos em sigilo porque ainda não há comprovação das fraudes.