
As duas agências bancárias arrombadas na madrugada desta terça-feira não foram casualidade. Policiais gaúchos já se preparam para enfrentar o último trimestre do ano, o preferido dos ladrões para atacar bancos e caixas eletrônicos no Rio Grande do Sul.
A preferência dos bandidos pelo período acontece por ser a época do ano em que há o maior volume de dinheiro em circulação devido às compras de fim de ano e ao pagamento de bônus aos empregados pelas empresas.
No ano passado, de 171 ataques, 53 foram nos meses de outubro, novembro e dezembro. Um aumento de 4% em relação ao mesmo período de 2012, segundo levantamento feito pela Rádio Gaúcha. Na madrugada de terça-feira, em Porto Alegre, aconteceram dois ataques a agências bancárias.
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A polícia não discute se o volume de ataques irá aumentar em relação ao ano passado nesse trimestre. Mas admite que a maioria dos ataques de 2014 irá acontecer nas próximas semanas, a exemplo dos últimos anos.
- O que há de diferente nesse ano é que a maioria dos crimes têm sido de furto e não de roubo, que envolve quadrilha fortemente armadas - acrescenta o delegado Joel Wagner, titular da Delegacia de Roubos, que é ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Polícia aposta em serviços de inteligência
O foco da estratégia da Roubos para enfrentar os bandidos no trimestre final do ano é no trabalho de inteligência, que pode ser definido como coleta de informações sobre o cotidiano dos ladrões. Isso acontece de duas maneiras: a primeira é através da análise das conversas dos chefes das quadrilhas que estão foragidos, mas têm seus telefones celulares grampeados pela polícia com autorização judicial.
- A troca de informações com a Brigada Militar (BM) e a Polícia Federal (PF) é hoje um instrumento importante na prevenção dos crimes - disse o delegado Wagner.
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O compartilhamento de dados entre as autoridades vem acontecendo há um bom tempo. Mas foi aperfeiçoado e aprofundado durante a realização da Copa do Mundo e servirá para posicionar as tropas da BM. Nas próximas semanas, os Pelotões de Operações Especiais (POE) dos batalhões da Brigada, no interior do Estado, deverão começar a fazer patrulhas pelos pequenos municípios, que por ter uma guarnição pequena da brigadianos, são alvos preferenciais das quadrilhas de ataque a bancos e postos bancários.
- Estamos iniciando todo um trabalho para enfrentar esse período do ano, que sempre é problemático - falou o subcomandante-geral da BM, coronel Silanus Mello.
Fonte: Rádio Gaúcha
A polícia separa os grupos que assaltam bancos em dois tipos. Veja as características:
Bandos amadores
- Não dominam a técnica do uso de explosivos
- Agem aleatoriamente
- Armamento simples
- Formados ao acaso
Quadrilhas especializadas
- Sabem como usar os explosivos
- Planejam ataques desde a escolha do alvo até as rotas de fuga
- Uso de armamento pesado
- Bando composto por pessoas experientes no crime