O desaparecimento de um casal de aposentados em Vale do Sol, no Vale do Rio Pardo, há um mês e meio, está mais próximo de ser elucidado. A polícia, que já vinha trabalhando com a hipótese de sequestro seguido de morte, revelou que um dos quatro suspeitos presos confessou ter assassinado Lonia Gabe, 67 anos, e Antônio Celestino Lummertz, 59 anos.
Detido temporariamente no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, o suspeito contou que matou o casal cinco dias depois do sequestro, tempo em que as vítimas foram mantidas em cárcere privado.
- O casal foi morto brutalmente na noite de sexta pra sábado (dias 7 e 8 de fevereiro). As vítimas foram estranguladas e arrastadas até o pátio. Após, foram colocadas dentro de uma carcaça de geladeira, onde foram queimados por 14 horas - conta o titular da Polícia Civil de Vale do Sol, Marcelo Chiara Teixeira.
O crime teria acontecido em uma residência no município de Rolante, no Vale do Paranhana, mesmo lugar onde ele foi detido, na última segunda-feira, junto com a mulher que a polícia acredita que seja a mandante dos crimes. No pátio da casa, os investigadores também haviam localizado peças do Honda Civic, que pertencia ao casal, enterradas e carbonizadas.
Nesta sexta-feira, os policiais voltaram a Rolante, junto com a suposta mentora e o suspeito, que teriam um relacionamento amoroso. Na casa, eles buscam pistas, provas do crime e os restos mortais do casal. Durante a manhã, já encontraram o motor do Honda Civic, dois aneis de Lonia e um pedaço da perna mecânica que pertencia a Lummertz.
O motivo dos crimes ainda são mantidos em sigilo pelos policiais, para não atrapalhar a investigação. O delegado Luciano Menezes, da Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) de Santa Cruz do Sul, não descarta que tenha relação com o passado de Lummertz.
Lonia Gabe, 67 anos, e Antônio Celestino Lummertz, 59 anos
FOTO: Divulgação Polícia Civil
ENTENDA O CASO
- Lonia Gabe, 67 anos, e Antônio Celestino Lummertz, 59 anos, sumiram na noite do dia 2 de fevereiro, um domingo, da casa que dividiam no interior de Vale do Sol. Lummertz, que é natural de Torres, havia se mudado para a cidade natal da companheira, que era viúva, há cerca de três anos.
- O último relato de testemunhas que teriam visto o casal é da noite do sumiço, segundo as quais eles teriam sido vistos no Honda Civic deles em direção à saída da cidade. Na residência do casal, não foi percebido nenhum vestígio de violência. A bolsa da aposentada e telefones celulares teriam sido levados, enquanto medicamentos e roupas, não.
- Passado mais de um mês do desaparecimento, nesta segunda-feira, a polícia prendeu temporariamente três suspeitos de envolvimento no caso. Um deles é uma mulher, que seria a "mentora" do sequestro e das possíveis mortes, foi presa na própria casa em Rolante. No terreno da residência, foram encontradas, enterradas e carbonizadas, peças do Honda Civic que pertencia ao casal.
- A filha dela também foi presa, na segunda-feira, junto com outro Palio, que teria sido usado na escolta do casal no dia do sumiço. O veículo, que teria placas de Sombio (SC), estava em um sítio, no interior de Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte.
- Na quarta-feira, em Dom Pedro de Alcântara, também no Litoral Norte, a polícia prendeu o quarto suspeito. Na mesma cidade, foi apreendido um outro Palio, que também teria sido usado no sequestro, no meio de um bananal.
- A principal hipótese é de que o casal tenha sido assassinado. A possível localização dos corpos e a motivação do crime estão sendo investigados.
Crime brutal
Suspeito confessa ter assassinado e queimado casal sequestrado em Vale do Sol há mais de um mês
Investigadores focam trabalho em localizar os supostos restos mortais de Lonia a Lummertz
Vanessa Kannenberg / Uruguaiana
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