Professora da rede pública e estudante de Arquivologia da UFRGS, Sylvia Ehlers acompanha Paula Blume no Hospital Dr. Lucio Molas, na Argentina. De lá, ela deu entrevista por telefone:
Zero Hora - Conforme o Itamaraty, o governo argentino garantiu a compra da prótese. Vocês têm notícia disso?
Sylvia Ehlers - A gente não é informado de nada. O médico passou e disse muito rápido que estava tudo certo para quarta. Perguntei: "Por que não na segunda?". Ele disse que seria na quarta e foi andando. Não consegui confirmar nada com ele. Talvez a prótese chegasse hoje (ontem), segundo uma assistente social do hospital.
ZH - Vocês esperam a cirurgia para quarta-feira?
Sylvia - Quando conversamos sobre o adiamento, a Paula chorou muito, disse que não aguentava. As dores são muito fortes. Pedimos calmante para ela descansar um pouco. Foi a mesma certeza que nos deram que seria na segunda-feira. O Itamaraty e o diretor do hospital garantiram que seria na segunda. Não temos ideia de por que mudaram a data.
ZH - Como tem sido a rotina no hospital?
Sylvia - Ela (Paula) não pode sair da cama. A gente permanece o tempo inteiro ao lado dela para acalmá-la da dor. Mesmo a morfina não faz efeito muito duradouro. Ela dorme por pouco tempo. O que mais nos apavora é a questão de que disseram que era urgentíssimo.
Passamos o dia inteiro pedindo para que ela mexa o pé (para ver se está com movimentos).