Com beirais da fachada quebrados, madeira apodrecida no telhado, infiltração de água nas paredes e marquises de argamassa ameaçando cair, o antigo prédio da estação ferroviária de São Borja, na Fronteira Oeste, espera por reforma.
Ainda em desenvolvimento, um projeto pretende transformar o patrimônio histórico do município para que o centro cultural, já instalado na área, ofereça oficinas artísticas gratuitas à população.
Enquanto isso, o local está deteriorado pela falta dos cuidados. Até 2007, acreditava-se que a estação férrea, localizada na entrada dos bairros Itacherê e Passo, pertencia à União. Naquele ano, uma pesquisa coordenada pela consultoria jurídica da prefeitura e o Departamento de Assuntos Culturais confirmou que o patrimônio era municipal.
Só em 2010, porém, após uma família que morava no local ter sido removida, o município assumiu de fato a responsabilidade pelo espaço. Em novembro do ano passado, o andar térreo do prédio foi cedido ao Centro Cultural de São Borja, uma entidade independente constituída de trabalho voluntário.
De acordo com o vice-presidente do centro, Claudio Gottfried, a ideia é reformar o espaço para oferecer oficinas artísticas para os moradores, com temas como música, dança, literatura e fotografia. A previsão é de que elas se iniciem em março, mas tudo depende da adequação do local.
- Nós estamos nos organizando, mas o prédio ainda está em estado precário. Desde o ano passado, estamos tentando mobilizar a prefeitura a agilizar o projeto de restauração. Agora, já vemos perspectivas, pois o prefeito se comprometeu em mudar essa situação - revela Gottfried.
Segundo ele, o segundo piso da estação férrea, onde estão documentos e objetos do Arquivo Histórico Municipal, é o local em piores condições no prédio. No pátio, limpezas já foram feitas por voluntários do centro cultural e por equipes da prefeitura, para cortar o mato e retirar o lixo dos arredores.
O município garante estar ciente da importância de uma reforma emergencial. De acordo com o prefeito de São Borja, Farelo Almeida, um estudo da situação física do prédio já foi solicitado a arquitetos e engenheiros para a elaboração de um projeto. Mas ainda não há previsão para início da reforma.
- A estrutura está prejudicada. Em Santiago, há uma estação férrea que já foi restaurada. Pretendemos ir até lá, com representantes do centro cultual, para analisar como as obras foram feitas e como isso foi financiado. Podemos usar o exemplo de lá como base - destaca o prefeito.
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